A Nissan está a reduzir os seus planos de produção para o novo LEAF, cujo lançamento está previsto para o final deste ano. Numa altura em que a fabricante japonesa luta para implementar o seu plano de recuperação, este duplo revés nos seus projetos de eletrificação pode complicar ainda mais o futuro da empresa.
O novo LEAF trava a fundo antes do lançamento
O novo Nissan LEAF é visto como uma peça fundamental na estratégia de recuperação da Nissan. No entanto, a empresa já está a diminuir as metas de produção antes mesmo de o veículo chegar ao mercado. Segundo a agência Reuters, que cita a publicação japonesa Kyodo News, a decisão foi motivada por uma escassez de terras raras, consequência das novas restrições de exportação impostas pela China.
Esta notícia surge pouco depois de a Nissan ter iniciado conversações com os trabalhadores da sua fábrica em Sunderland, no Reino Unido, onde o novo LEAF será produzido, para um programa de rescisões voluntárias.
Abrandamento nos EUA força adiamento de mais dois modelos
Os problemas não se ficam pelo LEAF. Uma outra reportagem do Automotive News revela que a Nissan também decidiu adiar a produção de dois outros veículos elétricos que seriam fabricados na sua unidade de Canton, no Mississippi.
Um memorando interno da empresa justifica este atraso de aproximadamente 10 meses com o "recente abrandamento da procura por veículos elétricos nos EUA", atribuindo a quebra à eliminação do crédito fiscal federal pela administração Trump. Com esta alteração, o modelo da marca Nissan começará a ser produzido em novembro de 2028, enquanto a versão da marca de luxo Infiniti só arrancará em março de 2029.
Kyle Bazemore, porta-voz da Nissan, confirmou a decisão, afirmando que foi uma "decisão estratégica de ajustar ligeiramente o cronograma de produção para os nossos elétricos na fábrica de Canton".
Um plano de reestruturação cada vez mais complicado
Estes contratempos na ofensiva elétrica da Nissan acontecem num momento delicado para a empresa. Em maio, a fabricante anunciou um vasto plano de reestruturação que inclui a redução de cerca de 15% da sua força de trabalho a nível global e o encerramento de sete fábricas. A dificuldade em avançar com modelos chave como o LEAF pode colocar uma pressão acrescida sobre a já complexa recuperação da Nissan.
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