
A inteligência artificial continua a sua expansão exponencial e, depois de se consolidar em inúmeras áreas do nosso quotidiano, demonstra agora o seu valor no espaço. Um satélite completou recentemente uma missão de forma totalmente autónoma em apenas 90 segundos, sem qualquer intervenção humana. O feito, noticiado pelo The Next Web, representa um avanço tecnológico significativo liderado pela NASA, que poderá revolucionar a forma como os cientistas observam o nosso planeta.
Como funciona esta tecnologia autónoma?
A tecnologia, denominada Dynamic Targeting, foi implementada pelo Laboratório de Propulsão a Jato (JPL) da NASA no início de julho. Para esta missão, foi utilizado um satélite compacto, não maior que uma pasta de executivo, fabricado pela Open Cosmos. No seu interior, um processador de aprendizagem de máquina desenvolvido pela Ubotica serviu como o "cérebro" da operação.
Durante a missão, o satélite executou uma sequência notável de ações. Primeiro, inclinou-se para analisar uma área 500 km à frente da sua órbita para captar uma imagem preliminar. De seguida, a inteligência artificial da Ubotica entrou em ação, analisando essa imagem para verificar a cobertura de nuvens. Com base nessa análise, o sistema tomava uma de duas decisões: se o céu estivesse limpo, o satélite inclinava-se para trás para captar uma nova imagem detalhada da superfície terrestre. Caso contrário, se o céu estivesse nublado, não tirava qualquer fotografia, poupando tempo, largura de banda e armazenamento preciosos.
Uma revolução para a observação da Terra
Embora ainda estejamos longe de naves espaciais que navegam autonomamente pelo cosmos a velocidades estonteantes, este avanço é um passo gigante para a ciência. Atualmente, os cientistas perdem imenso tempo a selecionar manualmente as imagens úteis de entre as milhares que recebem, uma vez que os satélites estão programados para fotografar continuamente, independentemente das condições.
Ben Smith, do JPL, explica a importância desta inovação: "Se conseguirmos ser inteligentes sobre o que estamos a fotografar, então apenas captamos imagens do solo e ignoramos as nuvens. Esta tecnologia ajudará os cientistas a obter uma proporção muito maior de dados utilizáveis."
Esta capacidade de filtragem inteligente tem implicações diretas e poderosas. Com a ajuda da inteligência artificial, será possível observar desastres naturais, como incêndios ou erupções vulcânicas, de forma muito mais rápida e eficiente do que com as tecnologias de satélite atuais, permitindo uma resposta mais célere e informada a eventos críticos no nosso planeta.











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