
A competição no setor da Inteligência Artificial aquece em Washington, com a Anthropic a entrar na corrida para equipar o governo norte-americano. A empresa anunciou que vai disponibilizar o seu modelo de IA, Claude, aos três ramos do governo dos EUA por um valor simbólico de apenas 1 dólar, replicando uma oferta quase idêntica feita pela rival OpenAI na semana passada.
Uma oferta irrecusável para conquistar o governo
Segundo o anúncio oficial da Anthropic, a oferta permite o acesso durante um ano ao serviço de nível comercial, o Claude for Enterprise. A proposta inclui também o Claude for Government, uma versão que suporta cargas de trabalho FedRAMP High, permitindo que os funcionários federais utilizem a IA para tarefas sensíveis não classificadas, reforçando a segurança dos dados.
Este movimento surge pouco depois de a Administração de Serviços Gerais (GSA) ter adicionado a Anthropic, a OpenAI e o Gemini da Google a uma lista de fornecedores de IA aprovados para o governo federal, abrindo as portas a uma maior integração desta tecnologia na máquina estatal.
Um campo de batalha tecnológico e político
A Anthropic não é uma novata nos corredores do poder. No início do verão, a empresa, juntamente com a Google, OpenAI e xAI, assegurou contratos com o Departamento de Defesa que podem atingir os 200 milhões de dólares (cerca de 186 milhões de euros) para o desenvolvimento de aplicações militares.
No entanto, a iniciativa da Anthropic decorre sob o olhar atento do Plano de Ação de IA da administração Trump, que exige que os modelos de linguagem utilizados pelo governo federal sejam "livres de preconceitos ideológicos". Numa ordem executiva, o Presidente Trump decretou que a IA não deve favorecer "dogmas ideológicos como o DEI" (Diversidade, Equidade e Inclusão) para poder colaborar com as agências federais.
Esta aproximação estratégica das gigantes da IA ao poder político reflete uma tendência crescente. Recentemente, a NVIDIA acordou um pacto de partilha de receitas com o governo dos EUA para poder vender as suas cobiçadas GPUs de IA H20 à China, demonstrando como as empresas de tecnologia estão a navegar no complexo tabuleiro geopolítico para garantir a sua expansão.










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