A Polícia Judiciária anunciou a detenção de um homem e uma mulher suspeitos da autoria de centenas de crimes de burla informática e branqueamento de capitais. O esquema já terá lesado centenas de vítimas em todo o país, com um prejuízo que, para já, ultrapassa um milhão de euros.
De acordo com as autoridades, todas as burlas eram realizadas através de métodos de engenharia social, com os suspeitos a demonstrarem uma enorme versatilidade nos esquemas utilizados para enganar as vítimas.
Os esquemas: do SMS ao sextortion
A criatividade para o crime não parecia ter limites. Entre os métodos utilizados estava a já conhecida burla “Olá pai, Olá mãe”, em que os criminosos se fazem passar por filhos a pedir dinheiro com urgência através de um novo número.
Além deste, enviavam também mensagens fraudulentas a solicitar pagamentos de supostas encomendas ou despesas em instituições públicas. Outro dos esquemas passava pelo Marketplace, onde publicitavam um falso serviço de táxi de longo curso, exigindo um pagamento parcial adiantado por uma viagem que nunca chegava a acontecer.
O esquema mais elaborado envolvia a aplicação de encontros Grindr, direcionada à comunidade LGBT. Os suspeitos marcavam encontros online e trocavam fotografias de cariz sexual com as vítimas. De seguida, recorriam à “sextortion”, ameaçando divulgar publicamente as imagens caso não lhes fosse paga uma determinada quantia monetária.
Centenas de vítimas e uma rede de ‘mulas’
A investigação, titulada pelo Departamento de Investigação e Ação Penal de Castelo Branco, já permitiu identificar cerca de 300 vítimas espalhadas por todo o território nacional, das quais 120 já formalizaram queixa-crime.
O dinheiro obtido ilicitamente era rapidamente dissipado por várias contas bancárias pertencentes a outros intervenientes, as chamadas ‘mulas’, que foram também constituídos arguidos no processo.
Os dois principais suspeitos, ambos maiores de idade, serão agora presentes a primeiro interrogatório judicial para aplicação das respetivas medidas de coação. A investigação da Polícia Judiciária continua a decorrer.
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