O universo da tecnologia está em constante evolução, e o sistema operativo Android não é exceção. Desde os seus primórdios, há mais de 15 anos, que muitas "verdades" foram sendo passadas entre utilizadores. No entanto, o que era um facto ontem pode ser apenas uma lenda urbana hoje. Vamos desmistificar algumas ideias antigas que já não se aplicam ao Android de 2025.
Os telemóveis baratos da Samsung são maus?
Durante anos, os modelos mais económicos da Samsung eram sinónimo de uma experiência de utilização medíocre. Equipamentos como os da série Galaxy J deixaram muitos utilizadores frustrados e, mesmo em 2019, modelos como o Galaxy A51 sofriam com um desempenho fraco e uma autonomia dececionante.
Hoje, a realidade é outra. Os telemóveis baratos da Samsung são, na verdade, bastante competentes. Podem não ter as especificações mais bombásticas do mercado, mas oferecem um conjunto equilibrado e, crucialmente, superam muitos rivais nas políticas de atualização de software. Problemas antigos, como o notório atraso do obturador da câmara no Galaxy A54 5G, foram resolvidos nos modelos mais recentes como o Galaxy A55 5G e o Galaxy A35 5G.
O seu Android vai ficar uma ‘carroça’ com o tempo?
Quem não se lembra de um telemóvel Android que, passados um ou dois anos, se arrastava a executar as tarefas mais simples? Este era um dos maiores problemas das primeiras gerações, em grande parte devido à falta de suporte para a funcionalidade TRIM, que gere o armazenamento a longo prazo. O caso dos tablets Nexus 7, que ficavam extremamente lentos com o uso, tornou este problema famoso.
Felizmente, isso é coisa do passado. A introdução do TRIM no Android 4.3, a par da transição para armazenamento UFS e otimizações de software feitas pelas marcas, mudou o jogo. A OnePlus, por exemplo, promete uma experiência fluida após quatro anos com a sua tecnologia ROM Vitalization, enquanto a Xiaomi garante até 60 meses de uso contínuo sem degradação do desempenho.
É preciso fechar as aplicações depois de as usar?
Esta é uma das dicas mais antigas e persistentes: fechar as aplicações da multitarefa para poupar bateria e libertar memória RAM. Muitos até instalavam aplicações "task killer" para garantir que nada ficava a correr em segundo plano.
Hoje em dia, esta prática é não só desnecessária como pode ser contraproducente. O Android moderno está otimizado para gerir processos em segundo plano de forma eficiente. Na verdade, o sistema é tão bom nisso que o problema inverteu-se: alguns fabricantes são criticados por encerrarem apps de forma demasiado agressiva. Portanto, pode deixar de se preocupar em "limpar" a sua lista de apps recentes.
iPhone e Pixel têm as melhores câmaras do mercado?
Houve um tempo em que o iPhone e os Pixel da Google eram os reis incontestados da fotografia móvel. A qualidade de imagem e o software de processamento da Google eram tão bons que muitos instalavam a app de câmara do Pixel em telemóveis de outras marcas para obter melhores resultados.
Embora estes equipamentos continuem a tirar excelentes fotografias em 2025, a concorrência não esteve parada. Marcas como a Xiaomi, OPPO, vivo e OnePlus igualaram e, em muitos casos, ultrapassaram os antigos líderes. Modelos como o Xiaomi 15 Ultra e o OnePlus 13 demonstram que, graças a hardware superior e um processamento de imagem muito evoluído, o trono da melhor câmara já não tem um dono fixo.
O software da Samsung é um pesadelo e o Android ‘puro’ não tem funcionalidades?
O TouchWiz, a antiga interface da Samsung, era conhecido por ser pesado, lento e cheio de funcionalidades desnecessárias. Esta má fama ainda hoje persiste na mente de alguns utilizadores. No entanto, o One UI moderno é considerado uma das melhores interfaces Android do mercado. Continua a ter algumas apps pré-instaladas, mas a experiência é fluida e as funcionalidades extra estão, na sua maioria, organizadas de forma opcional nas apps Good Lock.
Por outro lado, a ideia de que o Android "puro" (ou stock) é básico e sem funcionalidades também está desatualizada. Ao longo dos últimos anos, a Google adicionou muitas das opções que antes só se encontravam em interfaces de terceiros, como gravação de ecrã, capturas de ecrã longas, modo de uma mão e a inovadora função Live Caption.
O Android em tablets continua a ser uma má experiência?
Os primeiros tablets Android eram, essencialmente, telemóveis gigantes com uma interface esticada e pouco otimizada. A Google tentou resolver o problema com o Android Honeycomb, mas foi a chegada do Android 12L que marcou a verdadeira viragem.
Atualmente, a experiência do Android em ecrãs grandes é excelente. A Google passou a exigir que as aplicações tenham layouts adaptáveis, o que significa que a maioria das apps já tira partido do espaço extra de um tablet. Longe vão os dias em que usar um tablet Android parecia um compromisso.
O mundo do Android evoluiu de forma impressionante. As velhas críticas, que um dia foram válidas, hoje não passam de mitos. Do desempenho à fotografia, passando pela experiência em tablets, o ecossistema está mais maduro e competitivo do que nunca.
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