
A Dacia, a marca económica do grupo Renault, acaba de agitar o mercado ao apresentar o Hipster, um protótipo de um carro elétrico citadino pensado para ser radicalmente acessível. Com um preço previsto inferior a 15.000 euros, o modelo posiciona-se para custar menos de metade do valor do Tesla Model 3 na sua versão de entrada, que na Dinamarca, o mercado europeu mais barato para a marca, ronda os 40.000 euros.
Focado no essencial para baixar o preço
O Dacia Hipster é um verdadeiro exercício de simplicidade e eficiência de custos. Trata-se de um veículo ultracompacto, com apenas três metros de comprimento e um peso inferior a 800 kg, tornando-o mais curto e leve que a maioria dos citadinos atuais.
Segundo a Reuters, espera-se que atinja uma velocidade máxima de 90 km/h e ofereça uma autonomia de cerca de 150 quilómetros por carregamento. A Dacia defende que esta autonomia é mais do que suficiente para a condução urbana diária, que tem uma média de 40 quilómetros. Para manter os custos de produção baixos, o protótipo revelado dispensa todos os luxos: os bancos são em lona, os vidros são manuais, a eletrónica é mínima e as portas abrem com tiras em vez dos tradicionais puxadores.
Produção depende de nova categoria de veículos na UE
A revelação do Hipster, que ocorreu na segunda-feira, dia 10 de outubro, conforme detalhado num comunicado oficial da Dacia, é mais do que um simples protótipo. Katrin Adt, a CEO da Dacia, descreveu o conceito como uma visão para a "mobilidade local, acessível e quotidiana".
No entanto, a sua passagem à produção está dependente da aprovação de uma nova classe de veículos ligeiros por parte da União Europeia. Outros gigantes da indústria, como a própria Renault e a Stellantis, também têm pressionado a UE para a criação de uma categoria semelhante aos "carros Kei" do Japão. Esta medida simplificaria os requisitos de segurança para veículos elétricos mais pequenos, ajudando a reduzir os custos e a tornar a mobilidade elétrica mais democrática.
A arma europeia contra os elétricos chineses
Caso receba luz verde da União Europeia, o Hipster poderá ser fabricado na Europa. Esta estratégia permitiria não só reforçar a indústria local, mas também criar uma forte concorrência à crescente onda de veículos elétricos de baixo custo provenientes da China.
Enquanto a Tesla continua a dominar os segmentos mais altos do mercado, marcas como a Dacia estão a posicionar-se para liderar a próxima fase da mobilidade elétrica na Europa: a dos carros compactos, simples e, acima de tudo, acessíveis.











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