
A implementação da nova Lei de Segurança Online (Online Safety Act) no Reino Unido, que visa proteger os menores de conteúdos nocivos na internet, está a ter um impacto drástico no tráfego de sites pornográficos. A Pornhub, uma das maiores plataformas do setor, reportou uma queda de 77% no tráfego proveniente do Reino Unido desde que a lei entrou em vigor em julho.
A eficácia da lei em números
Os dados não se ficam por aqui. De acordo com a Ofcom, a entidade reguladora das comunicações no Reino Unido, as visitas a sites de conteúdo para adultos caíram quase um terço nos últimos três meses. Para a entidade, estes números demonstram que a nova legislação está a cumprir o seu principal objetivo: impedir que os menores acedam facilmente a este tipo de conteúdo.
A nova lei exige que os sites implementem sistemas de verificação de idade, uma medida que está a levar a uma mudança significativa nos hábitos de navegação dos utilizadores britânicos.
A resposta dos utilizadores: VPNs e proxies em alta
Apesar da queda no tráfego direto, muitos utilizadores estão a encontrar formas de contornar as restrições. A resposta tecnológica mais comum tem sido o recurso a ferramentas como VPNs e proxies. Dados do Google Trends revelam um aumento acentuado nas pesquisas pelo termo ‘proxy’ no Reino Unido entre julho e setembro.
Conforme avança a BBC News, um fornecedor de VPN registou um impressionante aumento de 1.800% nos downloads após o início da implementação das verificações de idade. Estas ferramentas mascaram a localização do utilizador, fazendo com que o tráfego do Reino Unido pareça originário de outro país, dificultando assim o seu rastreamento e a aplicação da lei.
A indústria critica e aponta falhas
A Aylo, empresa-mãe da Pornhub, critica a abordagem atual, afirmando que os sites que ignoram as regras estão a ser "recompensados com um crescimento exponencial de tráfego". A empresa defende a implementação de um sistema de verificação de idade ao nível do dispositivo, argumentando que a atual obrigatoriedade a nível do site é impraticável, dado existirem cerca de 240.000 websites de conteúdo para adultos.
Por sua vez, a Ofcom defende a sua capacidade de fiscalização, afirmando que qualquer aumento de tráfego para sites não conformes pode despoletar uma investigação.
A especialista em cibersegurança Chelsea Jarvie, em declarações à BBC, sugere que a solução mais eficaz passaria por uma abordagem mista, combinando a verificação de idade tanto ao nível do site como do dispositivo, uma vez que nenhuma das soluções, por si só, é infalível.











Nenhum comentário
Seja o primeiro!