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Pessoa com chapéu do Reino Unido

Uma nova e rigorosa lei no Reino Unido está a ter um efeito secundário inesperado: uma autêntica corrida às aplicações de VPN. Desde que a Lei de Segurança Online (Online Safety Act) entrou em vigor, a 25 de julho, o cenário digital britânico alterou-se, levando muitos utilizadores a procurar formas de contornar as novas restrições. O problema? Muitas das soluções "gratuitas" que estão a inundar as lojas de aplicações podem ser uma armadilha perigosa para a privacidade e segurança dos utilizadores.

A nova lei que mudou as regras do jogo

A controversa Lei de Segurança Online responsabiliza os sites pela proteção de menores contra conteúdos considerados prejudiciais, como pornografia ou a promoção de distúrbios alimentares. Como resultado, plataformas gigantescas como o Pornhub, o X (antigo Twitter) e o Reddit estão a implementar, ou a planear implementar, barreiras de verificação de idade para utilizadores no Reino Unido.

Para sites que dependem de conteúdo gerado pelos utilizadores, como o Reddit, garantir que nenhum menor acede a material restrito é uma tarefa quase impossível. A solução mais simples acaba por ser banir completamente os utilizadores com menos de 18 anos. Isto, por sua vez, cria um novo problema: jovens que recorrem a redes virtuais privadas (VPNs) gratuitas e não verificadas para recuperar o acesso às suas plataformas favoritas.

O perigo escondido nas ofertas "grátis"

A consequência desta nova realidade é visível nos tops de downloads. Nos dias que se seguiram à implementação da lei, cinco das dez aplicações gratuitas mais descarregadas no Reino Unido eram VPNs, segundo dados da plataforma appfigures. Embora duas delas sejam de serviços conhecidos, como a Proton VPN e a NordVPN (que apenas oferece um teste de sete dias), as outras três são genéricas e suspeitas: VPN Super Unlimited Proxy, FreeVPN.org e Unlimited VPN Proxy.

Quando utiliza uma VPN, todo o seu tráfego de internet passa pelos servidores dessa empresa. Está a confiar que a empresa não irá abusar desse acesso. Uma VPN gratuita suportada por um modelo de subscrições pagas, como a da Proton, é geralmente segura. No entanto, se não existe uma versão paga ou se a versão gratuita não tem quaisquer restrições, é crucial questionar: de onde vem o dinheiro?

O ditado "se o produto é grátis, o produto é você" aplica-se na perfeição. A Hola VPN, por exemplo, admite nos seus termos de serviço que a sua empresa-irmã, a Bright Data, pode vender os IPs residenciais dos utilizadores gratuitos como servidores proxy. Já a Hotspot Shield foi alvo de uma queixa da FTC (Comissão Federal de Comércio dos EUA) em 2017, acusada de fornecer informações de identificação pessoal a anunciantes. Um dos serviços no top 10 do Reino Unido, o FreeVPN.org, não apresenta qualquer morada no seu site e tem uma política de privacidade assustadoramente vaga.

Malware: o risco para além da privacidade

O outro risco significativo é o malware. Um estudo de 2016 que analisou 283 aplicações Android com capacidade de VPN encontrou malware em 38% delas. E a ameaça não diminuiu com o tempo. Ainda este ano, analistas de segurança da CYFIRMA relataram que uma VPN gratuita partilhada no GitHub estava a ser utilizada para distribuir software malicioso.

No final de contas, uma VPN totalmente gratuita não tem incentivos para proteger os seus direitos, mas tem todos os incentivos para o explorar em busca de lucro.

Como escolher uma VPN segura

Seja qual for a sua razão para usar uma VPN, é vital escolher um serviço que o mantenha seguro sem o explorar. Alguns sinais positivos a procurar incluem:

  • Uma estrutura de preços clara e transparente.

  • Auditorias de segurança realizadas por empresas independentes nos últimos três anos.

  • Uma localização física específica indicada no site da empresa.

  • Uma política de privacidade detalhada e compreensível.

Existem opções seguras no mercado. Para além da já mencionada Proton VPN, serviços como a hide.me, TunnelBear e Windscribe são considerados fidedignos e oferecem planos gratuitos com limitações razoáveis, sustentados pelos seus utilizadores pagantes.




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