
A Blue Origin viu-se forçada a adiar o segundo voo do seu foguetão pesado, o New Glenn. O lançamento estava agendado para este domingo à tarde, às 14:45 ET (19:45 em Lisboa), a partir de Cape Canaveral, na Flórida. O objetivo era enviar as primeiras duas naves da NASA numa missão com destino a Marte.
No entanto, as condições meteorológicas adversas ditaram o cancelamento da tentativa. Após várias pausas durante a janela de lançamento, a Blue Origin cancelou oficialmente a operação por volta das 16:13 ET (21:13 em Lisboa). Agora, o futuro da missão está incerto, não só pelo tempo, mas por uma nova ordem da FAA que restringe os lançamentos comerciais.
A missão Escapade a caminho de Marte
A bordo do New Glenn seguiam dois satélites gémeos. Estes satélites foram construídos pela Rocket Lab e serão operados pela UC Berkeley para a missão Escapade da NASA. O objetivo é estudar os efeitos da meteorologia espacial no planeta vermelho.
A trajetória da missão é inovadora: as naves vão permanecer numa órbita "preguiçosa" em forma de feijão durante 12 meses, à espera que Marte esteja na posição ideal para a interceção. Se tudo correr como planeado, a Escapade deverá chegar a Marte em 2027.
Paralisação do governo dos EUA complica o calendário
O mau tempo foi a causa imediata do adiamento de domingo. Contudo, o verdadeiro problema para reagendar o lançamento é uma paralisação do governo dos EUA. Devido a esta situação, a FAA (Administração Federal de Aviação) emitiu uma ordem de emergência que impõe novas regras.
A partir de 10 de novembro, os lançamentos espaciais comerciais só podem ocorrer entre as 22:00 e as 6:00 (hora local), uma janela noturna restrita. A Blue Origin comunicou no domingo que está a analisar as próximas oportunidades com base na meteorologia, sem mencionar diretamente a nova ordem da FAA.
A difícil recuperação do New Glenn
O desenvolvimento do New Glenn tem sofrido atrasos significativos desde o seu anúncio, há uma década. O foguetão realizou finalmente o seu voo inaugural no início deste ano.
A Blue Origin desenhou o primeiro andar do propulsor para ser reutilizável. O plano para este próximo lançamento é recuperar o propulsor numa plataforma de aterragem autónoma no mar, batizada de Jacklyn. A empresa já tentou esta manobra no primeiro voo, mas falhou a recuperação.










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