
A Samsung decidiu reorganizar a sua estrutura de liderança executiva, recuperando o modelo de Co-CEOs. Esta mudança estratégica, que surge no âmbito da habitual reorganização anual de executivos da gigante sul-coreana, visa dar uma resposta mais ágil às crescentes pressões do mercado, especialmente nos setores de memória e hardware avançado.
Segundo avançado pelo Wccftech, esta reestruturação divide novamente o comando da empresa entre as áreas cruciais de dispositivos móveis e soluções de semicondutores, numa tentativa de preparar a companhia para uma disputa mais intensa por inovação e capacidade produtiva.
Os novos homens do leme
Com esta alteração, Roh Tae-moon — figura já bem conhecida do público como TM Roh — assume oficialmente a liderança da divisão Device eXperience. Este departamento é responsável pelos smartphones e outros produtos de eletrónica de consumo da marca. TM Roh passa assim a atuar como co-CEO da Samsung, consolidando um papel de liderança que, na prática, já vinha a desempenhar nos últimos oito meses.
Do outro lado da barricada estratégica encontra-se Jun Young-hyun. O atual vice-presidente e responsável pela divisão Device Solutions, que foca a sua atenção nos semicondutores e memórias, passa agora a partilhar o comando executivo também como co-CEO. A ideia é que esta bicefalia permita decisões mais rápidas e focadas nas especificidades de cada setor.
O impacto da Inteligência Artificial e custos de produção
As alterações no topo da hierarquia da Samsung não acontecem por acaso. A empresa procura responder ao impacto significativo causado pelo avanço da Inteligência Artificial, que fez disparar a procura por memórias HBM (High Bandwidth Memory) e aumentou a pressão sobre a produção de DRAM tradicionais, como as LPDDR5.
Além disso, a divisão móvel enfrenta os seus próprios desafios com o aumento dos custos de componentes. A fonte refere especificamente o preço do Snapdragon 8 Elite Gen 5, que está previsto para equipar o próximo Galaxy S26 Ultra, como um dos fatores de pressão financeira. Com esta reorganização, a Samsung tenta equilibrar as prioridades entre a mobilidade, a pesquisa avançada e o setor crítico dos semicondutores.
Sangue novo na investigação
A dança das cadeiras estende-se também ao Samsung Advanced Institute of Technology. Jun Young-hyun deixa a liderança deste instituto para se focar no seu papel de co-CEO, passando o testemunho a Park Hong-kun.
Park é professor na Universidade de Harvard, com um vasto currículo em nanociência e tecnologias quânticas. Deverá assumir o posto no dia 1 de janeiro, coordenando projetos ambiciosos ligados a semicondutores neuromórficos — uma área fascinante que estuda arquiteturas informáticas inspiradas no funcionamento do cérebro humano.










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