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A gigante tecnológica iniciou uma nova batalha legal focada na proteção dos seus dados, avançando com um processo contra a SerpApi, uma empresa especializada em ferramentas de extração de dados da web (web scraping). Segundo a acusação formalizada pela Google, a SerpApi estará a violar a Lei de Direitos de Autor ao utilizar "meios enganosos" para aceder e recolher automaticamente os resultados do motor de busca numa "escala surpreendente", vendendo posteriormente essa informação a terceiros.

A SerpApi posiciona-se no mercado como uma solução capaz de fornecer resultados de pesquisa da Google para serem utilizados por ferramentas de Inteligência Artificial e outros serviços. No entanto, a gigante de Mountain View argumenta que estas práticas contornam ilegalmente os seus sistemas de bloqueio de bots para roubar conteúdo protegido.

O contornar do SearchGuard e a defesa da propriedade intelectual

No centro da disputa está uma tecnologia denominada "SearchGuard", que a Google implementou em janeiro de 2025 com o objetivo específico de impedir o scraping dos seus resultados. A empresa alega que, assim que esta medida de proteção foi ativada, a SerpApi começou imediatamente a desenvolver métodos para a contornar.

De acordo com a queixa, a resposta da SerpApi ao bloqueio passou por mascarar as centenas de milhões de consultas automatizadas que envia diariamente, fazendo-as passar por tráfego humano legítimo. O fundador da SerpApi terá mesmo descrito o processo como a criação de "navegadores falsos utilizando uma multitude de endereços IP que a Google vê como utilizadores normais".

A Google sustenta que os seus resultados de pesquisa contêm uma quantidade substancial de conteúdo protegido por direitos de autor, incluindo imagens e resumos apresentados nos "Knowledge Panels". A empresa argumenta que a atividade da SerpApi prejudica o seu investimento em licenciamento de conteúdos, ao disponibilizar esse material a outros serviços que não incorrem nos mesmos custos de licenciamento.

Impacto no ecossistema e a batalha contra o scraping

Este processo surge num momento em que a tensão entre criadores de conteúdos, detentores de plataformas e empresas de recolha de dados está no auge. Curiosamente, a própria Reddit avançou com um processo semelhante contra a SerpApi em outubro, juntamente com outros scrapers de dados, acusando-os de retirar conteúdo da sua plataforma para alimentar startups de IA, como a Perplexity.

No pedido apresentado ao tribunal, a Google solicita uma ordem que impeça a SerpApi de continuar a contornar as suas restrições contra o scraping, bem como a destruição de qualquer tecnologia desenvolvida para esse fim. Este caso poderá estabelecer precedentes importantes sobre os limites da recolha automática de dados na era da inteligência artificial, onde a fronteira entre o acesso público à informação e a violação de termos de serviço se torna cada vez mais difusa.