
Se estava a planear montar um computador novo ou atualizar a sua placa gráfica no início do próximo ano, as perspetivas financeiras não são animadoras. Faltam poucos dias para a entrada em 2026 e um novo relatório indica que tanto a AMD como a NVIDIA se preparam para aumentar significativamente os preços das suas placas gráficas em praticamente todos os mercados globais.
Embora já tenhamos assistido a flutuações de preços pontuais, esta nova vaga de aumentos parece ser generalizada e coordenada, afetando diretamente as novas gerações de hardware que chegam ao mercado.
Calendário dos aumentos: AMD ataca primeiro
De acordo com as informações avançadas pelo fórum Board Channels, o cenário de estabilidade de preços está prestes a terminar. A AMD deverá ser a primeira a avançar com as alterações, com os aumentos para as marcas parceiras (AIB) a começarem logo em janeiro de 2026.
A situação da empresa liderada por Lisa Su é particularmente sensível, uma vez que a sua nova gama demorou algum tempo a estabilizar no mercado. Numa altura em que o preço da sua placa principal, a RX 9070 XT, estava finalmente a aproximar-se do valor recomendado (MSRP), a tendência deverá inverter-se rapidamente para valores mais altos.
Por seu lado, a NVIDIA deverá seguir o exemplo pouco tempo depois. Espera-se que os aumentos para os parceiros AIC da equipa verde entrem em vigor a partir de fevereiro. O relatório nota ainda que, em dezembro, algumas marcas já realizaram pequenos ajustes, mas a decisão de aplicar o aumento total em janeiro ficará, para já, ao critério de cada fabricante.
Crise na memória dita os preços
O principal culpado por esta escalada de preços não é apenas a procura, mas sim o custo de fabrico. O relatório destaca que o conjunto do processador gráfico (GPU) e da memória VRAM representa cerca de 80% do custo total da placa quando esta é enviada para os parceiros.
O mercado enfrenta atualmente um aumento rápido nos custos dos módulos DRAM e DDR5. Com os custos da memória a triplicarem ou até quadruplicarem em alguns casos, torna-se insustentável para os fabricantes manterem os preços atuais. A previsão mais pessimista sugere que, se esta tendência se mantiver, algumas placas gráficas poderão chegar a custar o dobro do seu preço de lançamento recomendado.
O impacto nas séries RX 9000 e RTX 50
Esta tempestade perfeita vai atingir em cheio as gamas mais recentes. A linha RDNA 4 da AMD conta apenas com alguns modelos, e a maioria das GPU da geração anterior já atingiu o fim de vida (EOL), deixando os consumidores com poucas alternativas económicas.
Tanto a série RX 9000 como a muito aguardada série RTX 50 deverão tornar-se consideravelmente mais caras nos próximos dois meses. E as más notícias não ficam por aqui: o relatório indica que ambas as empresas planeiam aumentos mensais sucessivos durante os meses seguintes.
Algumas marcas já estão a aproveitar a situação para vender edições da série RTX 50 a preços inflacionados. O cenário é tal que não seria surpreendente ver modelos de topo, como uma eventual RTX 5090, a serem vendidos por valores próximos dos 5000 dólares. Resta aos parceiros AIC decidir quando e como repassar estes custos astronómicos para o consumidor final, mas com os módulos de VRAM mais caros, a margem de manobra é quase inexistente.