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iPhone com a câmara em destaque

 

Para muito gente, ao adquirir um novo smartphone por vezes a ideia de olhar para as características pode ditar uma tendência errada no que respeita aos números que são apresentados, sobretudo no que respeita às câmaras.

 

Durante anos, a tendência tem vindo a ser aumentar o número de megapíxeis nas câmaras, e a grande maioria do público olha para estes números com o pensamento de “maior é melhor”. No entanto, isso está longe de ser verdade. Os Megapíxeis são apenas uma das características que deve ter em atenção quando vai comprar um novo dispositivo – e de longe não é o único que indica a qualidade da câmara e do sensor.

 

Neste artigo iremos analisar alguns dos pontos que deve ter em conta na altura de comprar um novo smartphone focado para a fotografia – e, no final do mesmo, talvez fique a saber melhor o que procurar sem ser apenas um número elevado de “MP”.

 

> Comece por olhar para o histórico da marca

 

Um dos primeiros pontos que deve olhar na altura de adquirir um smartphone focado para fotografia não deve ser o smartphone em vista, mas sim os modelos anteriores e a história da marca.

Com cada geração de produtos, as empresas tendem a melhorar a qualidade das suas câmaras, e isso nota-se com cada nova versão. Comece por analisar qual o histórico de qualidade das câmaras e dos conteúdos capturados pelas mesmas de uma determinada marca.

Veja com atenção ao evoluir das mesmas, e se essa evolução tem sido constante ou se, por outro lado, pouco de melhorias foram feitas. Veja as análises de comparação das fotos capturadas em modelos anteriores, para ter uma ideia do que esperar do novo modelo que pretende comprar.

 

Google pixel 3

 

Um exemplo claro deste ponto encontra-se nos Google Pixel, que durante anos foram considerados os melhores smartphones para fotografias, mesmo que não tenham os sensores mais recentes no mercado – alias, durante bastante tempo foi um dos poucos dispositivos que se encontrava com apenas uma câmara traseira, enquanto que o mercado já se encontrava nas duas ou três como “normal”.

 

> O tamanho do sensor importa (e a qualidade)

 

Se existe um local onde o tamanho importa é nos sensores fotográficos. Por norma, quanto maior for um sensor da câmara, mais luz o mesmo vai capturar em cada foto e mais detalhes podem ser obtidos, sobretudo em ambientes de pouca luz ambiente.

 

Quanto maior este sensor, à partida, também melhor serão as fotos capturadas, sobretudo em ambientes com pouca luz. Mas isto afeta também as fotos capturadas em ambientes bem iluminados.

 

sensor da samsung galaxy s21

 

Por outro lado, não deve olhar apenas para o tamanho mas também para a qualidade do sensor. De nada adianta ter um sensor de tamanho elevado se depois a qualidade do mesmo é bastante baixa.

Este ponto pode ser complicado de analisar, mas tente verificar qual o sensor usado no smartphone que pretende adquirir, e análise o mesmo em mais detalhe para ver se a qualidade é boa. Isto aplica-se até para analisar o mesmo sensor em dispositivos diferentes.

 

> Estabilização não deve ser apenas digital

 

Ninguém gosta de fotos e vídeos tremidos, mas infelizmente não é possível de capturar um conteúdo com as mãos – sobretudo num smartphone – sem obter esses tremores. Por isso mesmo é que existe o sistema de Estabilização Ótica de imagens.

Este sistema é um estabilizador que se coloca no sensor para corrigir ativamente os pequenos tremores durante a captura ou gravação de conteúdos. Isto permite que os conteúdos sejam capturados de forma mais nítida e estável, em comparação com equipamentos que não tenham o mesmo.

 

smartphone durante um concerto

 

Um dos melhores exemplos disso mesmo encontra-se com o OnePlus, onde o OnePlus Nord é capaz de capturar fotos mais estáveis do que o OnePlus 9 – modelo mais avançado da linha e consideravelmente mais caro. Isto porque o Nord possui o estabilizador enquanto que o modelo 9 não.

 

Por norma, esta tecnologia pode também ser usada em formato digital, mas esta continua a ser consideravelmente inferior ao que se encontra com um estabilizador físico na estrutura da câmara. Basicamente, é um “truque” por software para corrigir os tremores, não por hardware.

 

Tenha também em atenção que a grande maioria dos smartphones apenas possuem estabilizadores óticos de imagem nos sensores das câmaras traseiras. São raros os dispositivos com OIS na câmara frontal – o Vivo V21 é um dos raros exemplos que possui em ambos os sensores.

 

> Abertura da lente

 

A abertura da lente tem vindo a ser um tema cada vez menos focado, porque a maioria dos smartphones que são lançados atualmente no mercado possuem aberturas bastante aceitáveis. No entanto, ainda será um ponto que deve ter em conta na altura de escolher um novo dispositivo.

 

O que deve ter em conta é que quanto maior for a abertura da lente, menos luz é capturada, e portanto menor a qualidade final dos conteúdos. Por norma, os sensores contam com uma abertura entre f/1.6 e f/1.8. Em alguns casos, sobretudo em sensores secundários, os fabricantes tentam controlar os custos ao colocar uma abertura maior – por exemplo, existem modelos com abertura de f/2.2.

Esta abertura deve também ser conjugada com o tamanho do sensor, já que ambos correspondem à passagem de luz. Portanto, se tiver um sensor de tamanho mais elevado, mas uma abertura mais reduzida, então um pode contrabalançar o outro. No entanto, o excelente era ter os dois com o melhor número possível.

 

> Software também é importante

 

Não olhe apenas para o hardware, já que o software também pode ser consideravelmente importante na altura de capturar os conteúdos. De nada importa ter um bom hardware, se depois a app da câmara no dispositivo é bastante básica e lenta, ou até mesmo confusa de usar.

 

Tente analisar a app que se encontra disponível para a captura de conteúdos e veja as funcionalidades que são oferecidas. Tente também analisar se esta possui todas as funções que espera usar, e se permite um controlo refinado do sensor, mesmo que não venha a usar todos os comandos mais “profissionais”.

 

lente abertura

 

Tenha também em atenção o próprio processamento das imagens a nível de software. Nos últimos anos, a qualidade dos conteúdos capturados tem vindo a ser drasticamente melhorado pelo próprio processamento de software, e este pode ser bastante importante para os resultados finais.

Este é o exemplo que acontece com as apps de câmara do Google Pixel, que mesmo com sensores de qualidade inferior ao de alguns modelos premium no mercado, melhoram drasticamente a qualidade das fotos a nível de software e pós-processamento.

 

 

No final, se tiver estes pontos em mente na altura de comprar um novo smartphone, para além de olhar apenas para os MP, deverá ter um dispositivo que realmente se adeque aquilo que necessita.

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