O mundo das aplicações para smartphones tem vindo a crescer consideravelmente nos últimos anos, sendo que faz parte do dia a dia também para crianças. Os mais pequenos possuem uma vasta quantidade de apps disponíveis para os mais variados jogos e tarefas.
No entanto, um recente estudo da empresa Comparitech, aponta que uma grande parte dos menores podem estar expostos a aplicações que violam algumas leis no que respeita à proteção de dados, sobre apps disponíveis na loja da Google.
O estudo teve como base as legislações das autoridades do Reino Unido, que em Setembro de 2020 lançaram um conjunto de 15 padrões para serviços online, focados em garantir mais segurança e privacidade para os menores de idade. Estas regras aplicam-se para todos os serviços que podem ser usados ou acedidos por menores no Reino Unido.
Segundo o estudo, cerca de 25% de todas as apps marcadas como sendo para crianças na Google Play Store – e que foram analisadas – não se encontram dentro dos padrões desta lei. Em causa encontra-se falhas a nível da recolha de dados dos menores, bem como falta de transparência sobre os conteúdos que são recolhidos e de que forma são partilhados com terceiros. Existem ainda casos de aplicações que, apesar de serem focadas e encontrarem-se na secção de crianças da Play Store, afirmam que não são para ser usadas por tais utilizadores.
O estudo teve por base um conjunto de 402 aplicações que estariam disponíveis na secção de Crianças da Play Store da Google. Destas, 96 estariam com falhas a nível da legislação do Reino Unido sobre a recolha de dados pessoais. Estas aplicações foram também descarregadas por mais de 383 milhões de utilizadores, e receberem o símbolo de terem sido aprovadas para uso por menores pela própria Google.
Dentro destas aplicações, 22 referiam ainda não ser focadas para menores, apesar de se encontrarem nessa categoria dentro da Play Store. 46 estariam a recolher dados de menores fornecendo pouca informação final aos utilizadores sobre essa recolha, 16 estariam a recolher dados sem permissões parentais ou por meios inseguros e 12 das apps não recolhiam diretamente dados, mas trabalhavam com entidades terceiras que o poderiam fazer.
De notar que a Google avalia todas as aplicações que são colocadas sobre a Play Store na categoria para menores de idade, de forma a verificar se as mesmas se encontram nos termos específicos para esta categoria de utilizadores. No entanto, este género de análise tende a possuir as suas falhas, e de tempos a tempos surgem também aplicações potencialmente maliciosas que acabam por surgir nesta categoria de apps.
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