Um relatório recente da empresa de análise de redes Sandvine aponta o YouTube como a principal fonte de tráfego de internet a nível mundial em 2024. A plataforma de vídeo da Google foi responsável por 16% de todo o tráfego online, um marco significativo que a coloca à frente de gigantes do streaming como a Netflix. Este domínio surge numa altura em que o YouTube celebra 20 anos de existência, uma jornada que começou com vídeos amadores e desafios de direitos de autor, evoluindo para um ecossistema onde inúmeros criadores de conteúdo alcançaram a fama.
Liderança incontestada na Internet fixa
A análise da Sandvine destaca que o YouTube superou inclusivamente a Netflix no que diz respeito ao tráfego de download em ligações de internet fixa. Enquanto o YouTube representou 16% deste tipo de tráfego, a Netflix ficou-se pelos 12%. Embora ambas as plataformas liderem com folga, é interessante notar que serviços como o TikTok e o Facebook, apesar de estarem atrás neste segmento, ainda assim geram mais tráfego em redes fixas do que o Disney+ e o Amazon Prime Video.
No cômputo geral do tráfego de download em redes fixas a nível global em 2024, as aplicações de vídeo foram claramente dominantes, respondendo por 39% do total. Seguiram-se as redes sociais, com 18%, e a categoria de televisão (outros serviços de streaming e transmissão), com 11%.
Forte presença também no mobile
No segmento móvel, o cenário apresenta algumas nuances. O relatório indica que o Facebook foi a aplicação com maior volume de tráfego móvel em 2024, representando 18% do total. Logo a seguir surgem o TikTok, com 15%, e o Instagram, com 7%. Contudo, o YouTube também demonstra uma força considerável neste ambiente, sendo-lhe atribuída uma fatia expressiva de 21% do tráfego móvel total no mesmo período. A capacidade do YouTube de oferecer vídeos de todas as durações – curtos, médios e longos – confere-lhe uma versatilidade que facilita a competição direta tanto com redes sociais focadas em vídeos curtos como com plataformas de streaming tradicionais, permitindo aos utilizadores consumirem conteúdo em qualquer altura e lugar.
Tráfego de Upload: Outras tendências
O relatório da Sandvine também fornece dados sobre o tráfego de upload (envio de dados). Em 2023, nos Estados Unidos, os serviços de partilha de ficheiros como FaceTime, iCloud e Google Cloud foram responsáveis por 28% do tráfego de upload em redes fixas. Já no tráfego de upload móvel, a liderança coube a aplicações como o Facebook Messenger, TikTok e Snapchat.
Evolução e Base de Utilizadores
Esta liderança do YouTube marca uma inversão da tendência observada em 2018, ano em que a plataforma ainda ficava consideravelmente atrás da Netflix em termos de volume de tráfego. A ultrapassagem consolidou-se em 2022. Atualmente, embora o Facebook continue a ser a plataforma com o maior número de utilizadores a nível global, o YouTube segue de perto, contando com uma impressionante base de 2,5 mil milhões de utilizadores ativos.
Fatores de sucesso e desafios
Grande parte do sucesso do YouTube pode ser atribuída ao facto de ser uma plataforma maioritariamente gratuita, sustentada por publicidade. No entanto, a diversidade e a autenticidade do conteúdo, muitas vezes criado por utilizadores comuns e personalidades que cresceram na própria plataforma, são fatores cruciais para a sua popularidade contínua.
Apesar do sucesso, o YouTube enfrenta desafios. Por ser um espaço que agrega inúmeras subculturas e comunidades, torna-se também um terreno fértil para controvérsias e para a disseminação de desinformação, exigindo uma moderação constante e levantando debates sobre a responsabilidade da plataforma.
Em suma, os dados da Sandvine para 2024 não deixam dúvidas: o YouTube não é apenas um gigante do vídeo online, mas sim uma força dominante no panorama global da internet, superando concorrentes diretos e moldando a forma como consumimos conteúdo digital.
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