Mark Zuckerberg, CEO da Meta, voltou a fazer previsões ambiciosas sobre o papel da Inteligência Artificial (IA) na sua empresa. Durante uma entrevista recente com o podcaster Dwarkesh Patel, Zuckerberg afirmou acreditar que a maior parte do código da Meta será desenvolvida por agentes de IA dentro de um ano e meio.
"Eu diria que, algures nos próximos 12 a 18 meses, chegaremos ao ponto em que a maioria do código direcionado para estes esforços [de desenvolvimento de IA interna] será escrito por IA", declarou Zuckerberg. Esta previsão marca um passo significativo na visão do CEO para o futuro da programação dentro da gigante tecnológica.
O que esperar dos programadores IA da Meta?
Zuckerberg fez questão de salientar que esta capacidade vai muito além das ferramentas atuais de autocompletar código. Ele descreve um cenário onde se define um objetivo para a IA, e esta é capaz de executar testes, implementar melhorias, identificar problemas e, crucialmente, "escrever código de maior qualidade do que a média das pessoas muito boas da equipa já o faz". A visão é de uma IA autónoma e competente na engenharia de software, focada nos projetos internos da Meta, incluindo o desenvolvimento de futuros modelos como o Llama.
Previsões anteriores e prazos flexíveis
Esta não é a primeira vez que Zuckerberg define metas ambiciosas para a IA na programação. No início de 2025, durante uma participação no podcast The Joe Rogan Experience, previu que a Meta teria, nesse mesmo ano, uma IA capaz de funcionar como um "engenheiro de nível médio". Mais recentemente, na conferência LlamaCon em abril de 2025, sugeriu que a IA poderia ser responsável por metade do desenvolvimento na Meta dentro de um ano (ou seja, até meados de 2026).
A nova previsão, que aponta para a "maioria" do código ser escrito por IA entre meados e finais de 2026, demonstra uma ligeira recalibração, mas mantém a direção agressiva. Esta evolução nos prazos sublinha a natureza dinâmica e, por vezes, excessivamente otimista das projeções na indústria da IA.
Uma visão otimista ou publicidade tecnológica?
Embora o potencial da IA na programação seja inegável, e empresas como a Microsoft já reportem que 20-30% do seu código é gerado por IA, as previsões de Zuckerberg continuam a gerar debate. Críticos argumentam que estas declarações funcionam, em parte, como publicidade para tecnologias que ainda não atingiram a maturidade prometida.
A substituição em larga escala de programadores humanos por agentes de IA levanta questões complexas, desde a fiabilidade e segurança do código gerado até ao impacto no mercado de trabalho. Enquanto a Meta investe fortemente no desenvolvimento destas capacidades, resta saber se a realidade corresponderá às ambiciosas metas definidas pelo seu líder dentro do prazo estipulado. O ceticismo saudável permanece essencial ao avaliar as promessas da indústria tecnológica, especialmente quando os prazos parecem ajustar-se à medida que o futuro se aproxima.
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