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Apple Store

 

A Apple emitiu recentemente uma nova ronda de notificações a utilizadores que acredita terem sido alvo de spyware sofisticado, possivelmente ligado a entidades governamentais. Esta ação insere-se numa prática que a empresa, tal como outras gigantes tecnológicas como a Google e o WhatsApp (Meta), tem vindo a adotar para alertar indivíduos potencialmente vigiados.

 

No passado, estes alertas da Apple direcionavam os visados para organizações sem fins lucrativos especializadas na investigação e apoio em casos de ciberataques desta natureza.

 

Quem são os alvos conhecidos?

 

Até ao momento, duas pessoas confirmaram publicamente ter recebido as notificações da Apple esta semana:

 

  1. Ciro Pellegrino: Jornalista italiano do site de notícias online Fanpage. Pellegrino relatou num artigo ter recebido um email e uma mensagem de texto da Apple na terça-feira. Segundo o jornalista, a mensagem indicava que as notificações estavam a ser enviadas para utilizadores afetados em 100 países diferentes. "Aconteceu mesmo? Sim, não é uma brincadeira", escreveu Pellegrino, confirmando a autenticidade do alerta.
  2. Eva Vlaardingerbroek: Ativista política de direita holandesa. Partilhou na rede social X (anteriormente Twitter) uma captura de ecrã do alerta recebido no seu iPhone. A mensagem da Apple referia a deteção de um "ataque de spyware mercenário direcionado", explicando que o ataque era "provavelmente direcionado especificamente devido a quem [ela] é ou ao que faz". A Apple acrescentava ter "elevada confiança neste aviso" e pedia que fosse levado "a sério". Vlaardingerbroek considerou o sucedido uma "tentativa de intimidação" e de a "silenciar".

 

Spyware Mercenário: Uma Ameaça Persistente

 

A expressão "spyware mercenário", utilizada no alerta partilhado por Vlaardingerbroek, designa ferramentas de espionagem avançadas que são frequentemente desenvolvidas por empresas privadas e vendidas a governos ou agências estatais. Estes instrumentos são tipicamente usados para vigilância altamente direcionada contra indivíduos específicos, como jornalistas, ativistas, políticos ou dissidentes.

 

A Apple não especificou qual a campanha de spyware ou o software específico por detrás desta vaga de alertas recentes. No ano passado, a empresa já tinha notificado utilizadores em dezenas de países em, pelo menos, duas ocasiões distintas sobre ameaças de spyware não especificadas.

 

Contexto Italiano e Casos Anteriores

 

O caso de Ciro Pellegrino é particularmente relevante, pois é o segundo jornalista italiano a ser notificado este ano sobre um ataque deste tipo. Em fevereiro, o seu colega no Fanpage, Francesco Cancellato, foi alertado pelo WhatsApp sobre uma tentativa de ataque ao seu dispositivo.

 

Na altura, o WhatsApp indicou que o spyware utilizado contra Cancellato era da autoria da empresa israelita Paragon Solutions. A Citizen Lab, uma organização de renome na investigação de spyware, confirmou estar a analisar estes ataques direcionados a utilizadores do WhatsApp. Pouco depois, dois cidadãos italianos ligados à ONG Mediterranea Saving Humans, que presta auxílio a migrantes no Mediterrâneo, também revelaram ter sido alvos da Paragon.

 

Na sequência destas revelações, surgiram notícias de que a Paragon Solutions teria cortado relações comerciais com o seu cliente governamental em Itália.

De momento, permanece a incerteza sobre que ferramenta ou entidade está por trás dos ataques que motivaram os mais recentes alertas da Apple. Estes incidentes continuam a sublinhar os riscos de vigilância digital enfrentados por certos grupos profissionais e ativistas em todo o mundo.




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