O Vaticano prepara-se para o conclave que elegerá o novo Papa, com início marcado para as 15h30 (hora de Lisboa), e a segurança do secretismo é a prioridade máxima. Para garantir que nada do que se passar entre os cardeais transpire para o exterior, será implementado um robusto arsenal tecnológico destinado a neutralizar drones, bloquear sinais de comunicação e impedir qualquer tentativa de espionagem ou interferência externa.
Guerra aos drones e olhares indiscretos
Uma das preocupações é a utilização de veículos aéreos não tripulados. Para tal, o Vaticano ativará um sistema anti-drone, concebido para detetar e impedir quaisquer filmagens ou interceções não autorizadas das deliberações. Segundo informações avançadas pela agência Reuters, o microestado dispõe de tecnologia própria de deteção e conta ainda com o apoio do governo italiano para combater esta ameaça.
A Guarda Suíça, responsável pela segurança papal, mantém secretismo sobre o eventual uso de armamento anti-drone específico. Contudo, o facto de terem sido empregues armas deste tipo durante o velório do Papa Francisco sugere que a medida poderá ser replicada durante o conclave.
Para além da tecnologia, uma solução mais tradicional, mas eficaz, será o uso de películas opacas nas janelas das instalações do Vaticano. Esta medida simples visa frustrar tentativas de filmagem, seja por drones ou por objetivas de longo alcance, do interior dos locais onde decorrerá o conclave.
Blackout digital: adeus telemóveis e internet
O Vaticano já confirmou que o sinal de rede móvel será interrompido em praticamente toda a extensão do microestado. A exceção será a Praça de São Pedro, onde fiéis, turistas e jornalistas aguardarão o anúncio do novo pontífice. Este corte de comunicações está previsto para as 16h00 (hora de Lisboa).
A Capela Sistina, local central das votações e deliberações, deverá estar equipada com bloqueadores de sinal. Embora as fontes do Vaticano sejam propositadamente evasivas sobre este ponto, é sabido que durante o conclave é instalado um soalho falso na capela. Esta estrutura, que eleva o piso ao nível do altar para facilitar a mobilidade dos cardeais, muitos deles com idade avançada, poderá ocultar um sistema de cablagem. Especula-se que este sistema inclua os referidos bloqueadores de sinal, que poderiam também estar dissimulados nas janelas.
Adicionalmente, uma fonte da Reuters revelou uma quebra na qualidade do sinal Wi-Fi. Dado que os cardeais estão proibidos de qualquer comunicação com o exterior, incluindo o acesso a jornais e revistas, espera-se que a ligação à internet no Vaticano seja igualmente cortada.
Varreduras contra escutas e o juramento de silêncio
Uma prática tradicional, e que se espera ser mantida, é a varredura humana e eletrónica contra dispositivos de escuta. Esta inspeção minuciosa será realizada na Capela Sistina, na Casa de Santa Marta (onde os cardeais pernoitam), na cozinha e em todos os espaços utilizados durante o conclave, assegurando que nenhuma conversa seja gravada.
Finalmente, uma medida crucial, embora desprovida de tecnologia, é o juramento de segredo absoluto. Este compromisso solene de não revelar nada do que testemunharam ou discutiram é exigido não só aos cardeais, mas a todos os profissionais que prestarão apoio ao evento.
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