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A utilização de ferramentas de Inteligência Artificial (IA) no ambiente profissional pode trazer consigo um dilema inesperado: apesar dos ganhos de produtividade, os trabalhadores que recorrem a estas tecnologias arriscam-se a ser percecionados pelos seus colegas e chefias como mais preguiçosos e menos competentes. Esta é a principal conclusão de um estudo conduzido por investigadores associados à Universidade Duke, nos Estados Unidos.

Os autores do estudo sugerem que estes resultados colocam os trabalhadores perante uma encruzilhada. Por um lado, a IA pode otimizar tarefas e aumentar a eficiência, mas, por outro, esta vantagem pode implicar custos sociais significativos, potencialmente dificultando a adoção generalizada destas ferramentas, por mais avançadas que sejam.

 

O estudo que revela o julgamento dos colegas

 

A investigação, intitulada “Evidências de uma penalidade na avaliação social por uso de IA” (do original, "Evidences of a social evaluation penalty for AI use"), envolveu mais de 4.400 participantes. Durante os experimentos, foi pedido aos participantes que imaginassem como seriam avaliados ao usar ferramentas de IA em comparação com outras tecnologias, ou como julgariam colegas fictícios que utilizassem esses recursos.

 

Em ambas as situações, a tendência observada foi clara: quem utiliza IA tende a ser considerado mais preguiçoso, menos competente, menos cuidadoso, menos independente e menos seguro do que os colegas que utilizam outros tipos de tecnologia ou que realizam o seu trabalho sem qualquer tipo de assistência tecnológica.

 

Receio em admitir o uso de IA e o preconceito na contratação

 

Um outro aspeto revelado pelo estudo é a relutância dos trabalhadores em admitir o uso de IA, tanto a colegas como a superiores hierárquicos. Este receio é compreensível, tendo em conta o julgamento negativo que pode advir dessa admissão.

 

A pesquisa da Universidade Duke descobriu ainda um padrão curioso no que toca a processos de recrutamento: gestores que não utilizam ferramentas de IA no seu dia a dia mostram uma tendência para não contratar candidatos que as usam. Em contrapartida, as chefias que já adotaram a tecnologia preferem colaboradores que também trabalhem com estes recursos de Inteligência Artificial.

 

Esperança no horizonte: utilidade e familiaridade com a IA podem mudar opiniões

 

No entanto, nem tudo são más notícias para os adeptos da IA. As perceções negativas mostraram-se menos acentuadas quando a ferramenta de Inteligência Artificial demonstrava ser genuinamente útil para as tarefas e para a qualidade do trabalho apresentado.

Adicionalmente, a própria experiência com soluções de IA parece influenciar a avaliação. Utilizadores frequentes destas tecnologias demonstraram uma menor propensão para classificar como preguiçosos os candidatos que recorrem à Inteligência Artificial.

 

Perceção social: um obstáculo real à generalização da Inteligência Artificial

 

Este não é o primeiro estudo a apontar para uma conotação negativa associada ao uso de IA. Numa pesquisa encomendada pela plataforma Slack em 2024, quase metade dos inquiridos manifestou desconforto com a ideia de revelar às suas chefias que utilizavam este tipo de recursos. Os receios eram semelhantes: medo de serem vistos como "batoteiros", incompetentes ou preguiçosos.

 

Os investigadores da Universidade Duke salientam que o seu trabalho demonstra como as avaliações sociais são influenciadas não apenas pela ajuda que a tecnologia proporciona, mas também pela familiaridade que as pessoas têm com essa ajuda e pelas crenças pré-existentes sobre ela. Simplificando: quem não está familiarizado com a IA e já possui uma opinião negativa sobre a mesma, tende a julgar mais severamente os colegas que a utilizam.

 

Concluem os autores que estudos anteriores se focaram excessivamente "em como os utilizadores potenciais percebem a tecnologia em si", negligenciando "as consequências do uso de IA na avaliação social". Consideram esta "uma lacuna importante, porque as pessoas importam-se com a forma como as suas ações serão percebidas pelos outros: as pessoas podem escolher não usar IA — ou não revelar que usam — se imaginam que isso trará uma penalização social". Desta forma, propõem que "esta penalidade de avaliação social seja considerada uma barreira negligenciada na adoção da IA."




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