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imagem frontal do sol

 

A sonda Solar Orbiter, que se encontra a observar a nossa estrela desde 2021, acaba de nos proporcionar um feito histórico: as primeiras imagens diretas do pólo sul do Sol. Esta proeza foi alcançada graças a uma engenhosa manobra que utilizou a gravidade de Vénus para inclinar drasticamente a sua órbita, oferecendo uma perspetiva até agora impossível de obter.

 

O resultado é uma visão fascinante e algo caótica do que se passa numa das regiões mais misteriosas da nossa estrela.

 

Uma manobra engenhosa para uma perspetiva inédita

 

Normalmente, todos os planetas do nosso sistema solar, bem como as sondas que enviamos para o espaço, orbitam o Sol num plano imaginário conhecido como o plano da eclíptica, que se alinha com o equador solar. Isto significa que a nossa visão dos pólos do Sol é sempre extremamente limitada.

 

Contudo, a Solar Orbiter realizou uma passagem estratégica por Vénus que alterou a sua trajetória. Esta manobra permitiu à sonda posicionar-se num ângulo de visão "por baixo" do equador solar. As imagens agora reveladas foram captadas nos dias 16 e 17 de março, quando a sonda se encontrava a 15 graus abaixo do equador, tendo posteriormente atingido a inclinação máxima de 17 graus.

 

imagens do sol nos polos

 

Para esta observação histórica, foram utilizados três dos seus instrumentos principais:

 

  • PHI (Polarimetric and Helioseismic Imager): Mapeou o campo magnético da superfície solar e captou imagens em luz visível.
  • EUI (Extreme Ultraviolet Imager): Obteve imagens em luz ultravioleta extrema, revelando a atmosfera superior do Sol.
  • SPICE (Spectral Imaging of the Coronal Environment): Analisou a luz de diferentes gases na atmosfera solar, permitindo distinguir as suas várias camadas por temperatura.

 

Um campo magnético "caótico" em plena inversão

 

Então, o que revelaram estas imagens pioneiras? Em poucas palavras, o campo magnético do pólo sul do Sol está, neste momento, uma autêntica confusão. Isto deve-se a um fenómeno cíclico: o campo magnético do Sol inverte-se aproximadamente a cada 11 anos, e estamos precisamente no período em que essa inversão está a ocorrer.

 

imagem do polo do sol no espaço

 

Normalmente, um íman tem um pólo norte e um pólo sul bem definidos. No entanto, os dados do instrumento PHI mostraram que, atualmente, existem campos magnéticos de polaridade norte e sul misturados no pólo sul do Sol. A Agência Espacial Europeia (ESA) explica que "isto acontece apenas por um curto período durante cada ciclo solar, no máximo solar, quando o campo magnético do Sol inverte e está no seu pico de atividade".

 

Após a inversão estar completa, o campo magnético irá reorganizar-se e os pólos voltarão a ter uma única polaridade. Este é um processo gradual que levará cerca de cinco a seis anos até atingir o "mínimo solar", período em que o campo magnético se encontra mais estável e ordenado.

 

A chave para decifrar os mistérios do Sol

 

Estes ciclos solares e as suas inversões magnéticas ainda não são totalmente compreendidos pelos cientistas. As observações diretas da Solar Orbiter são, por isso, cruciais e podem ser a peça que faltava para desvendar este quebra-cabeças cósmico.

 

 

Além disso, os cientistas utilizaram o instrumento SPICE para realizar medições Doppler, que calculam a velocidade com que o material solar se move. Com estes dados, criaram um mapa de velocidade que mostra como a matéria solar é projetada para o espaço sob a forma de ventos solares. Compreender este mecanismo é um dos principais objetivos da missão Solar Orbiter, e estas novas imagens do pólo sul são um passo de gigante nessa direção.




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