Uma nova diretiva da União Europeia veio trazer mais transparência ao mercado de tecnologia de consumo e a Apple não ficou de fora. Desde o dia 20 de junho, quem adquire um iPhone ou iPad em território europeu encontra uma novidade: uma etiqueta detalhada sobre a eficiência, durabilidade e capacidade de reparação do dispositivo. Esta medida visa capacitar os consumidores a fazerem escolhas mais informadas e sustentáveis.
O que revela a nova etiqueta?
Longe de ser um simples indicador de consumo energético, esta nova etiqueta, que mantém a familiar escala de "A" a "G", é muito mais abrangente. Para além da eficiência, fornece dados cruciais sobre o desempenho e a longevidade do aparelho.
Os consumidores podem agora consultar informações como:
- A autonomia da bateria por cada ciclo de carga.
- A resistência do equipamento a quedas.
- O nível de proteção contra água e poeiras (classificação IP).
- Um índice de reparabilidade, um fator cada vez mais importante para quem defende o direito à reparação.
A curiosa estratégia da Apple
Apesar de os seus modelos mais recentes cumprirem os requisitos para a classificação máxima de "A", a gigante de Cupertino optou por atribuir a si mesma uma nota "B". A justificação para esta decisão foi detalhada pela própria marca num relatório técnico de 44 páginas, onde expressa preocupações com a metodologia de avaliação da Comissão Europeia, considerando-a ambígua e aberta a diferentes interpretações.
Para se precaver contra possíveis discrepâncias em testes futuros realizados por entidades independentes, a Apple adotou uma postura mais conservadora. Esta cautela estendeu-se também à avaliação da resistência dos iPhones a quedas, outro dos parâmetros da nova etiqueta. Esta abordagem pode ser vista como uma forma de proteger a reputação da marca, mas levanta questões sobre a clareza dos critérios europeus.
Mais poder de decisão para o consumidor
Nos sites da Apple, a etiqueta energética é apresentada através de um ícone distinto. Ao clicar, o utilizador acede a uma ficha técnica em PDF com uma análise ainda mais aprofundada, que inclui a capacidade exata da bateria em mAh, a resistência do ecrã a riscos (medida na escala de Mohs) e, fundamentalmente, o período garantido para atualizações de segurança.
A implementação desta nova regulamentação não se limita aos países da União Europeia, aplicando-se também à Noruega e à Suíça. O objetivo é claro: estabelecer um novo padrão de transparência na indústria, incentivando os fabricantes a adotarem práticas mais sustentáveis e dando aos consumidores as ferramentas necessárias para comparar objetivamente o ciclo de vida completo dos seus futuros dispositivos.
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