A Microsoft voltou à carga na sua longa campanha para demonstrar a superioridade do Windows 11 sobre o seu antecessor, o Windows 10. Desta vez, a empresa publicou novos dados de desempenho baseados em testes realizados em dezembro de 2024, e os números são, à primeira vista, esmagadores. Contudo, um olhar mais atento à metodologia revela um contexto crucial que explica grande parte dessa diferença.
Desde o lançamento em 2021, a Microsoft tem afirmado consistentemente que o Windows 11 foi desenhado para extrair o máximo do hardware moderno. Ao longo dos anos, partilhou várias melhorias e até estudos encomendados para provar que o novo sistema operativo era mais rápido. Agora, a empresa apresenta as suas próprias estatísticas.
Os novos e impressionantes números da Microsoft
Num documento de suporte recentemente publicado, a gigante da tecnologia detalha as vantagens de desempenho dos computadores com Windows 11. Segundo os testes da empresa, os ganhos são significativos em várias áreas:
Autonomia: Até 2,7 horas a mais de duração da bateria em computadores com Windows 11.
Desempenho Geral: Computadores com Windows 11 são até 2,3 vezes mais rápidos.
Navegação Web: A navegação na internet é até 3,2 vezes mais veloz.
Produtividade: O desempenho em tarefas do Microsoft Office é até 2 vezes superior.
A Microsoft sublinha que estes resultados se baseiam "num intervalo de confiança de 95%" em múltiplos testes, tendo em conta e ajustado os valores atípicos. Para chegar a estas conclusões, foram utilizadas ferramentas de benchmark conhecidas, como o Geekbench 6 para o desempenho geral, o Speedometer para a navegação web e o Procyon Office para a produtividade.
A 'pequena' grande diferença no hardware
Então, onde está o truque? A resposta está nos computadores utilizados para a comparação. Desta vez, a Microsoft foi mais transparente na sua metodologia, e é aqui que o contexto se torna fundamental.
Os testes foram realizados comparando "uma seleção de PCs com Windows 11 em comparação com uma seleção de PCs com Windows 10". O detalhe importante é que os computadores com Windows 11 estavam equipados com processadores Intel Core de 12ª e 13ª geração, enquanto os sistemas com Windows 10 usavam processadores mais antigos, de 6ª, 8ª e 10ª geração.
Essencialmente, a Microsoft está a comparar hardware moderno com hardware mais antigo, o que, inevitavelmente, resulta em grandes diferenças de desempenho. A empresa está, na prática, a reconhecer que o hardware subjacente desempenha um papel massivo nas métricas que apresenta.
Em defesa da Microsoft, a empresa argumenta que não é possível fazer uma comparação direta em hardware idêntico, uma vez que o Windows 11 não tem suporte oficial para esses processadores mais antigos. Ainda assim, a apresentação dos dados pode levar a crer que as melhorias se devem exclusivamente ao software, quando a evolução do hardware é, claramente, o fator principal.
Pode consultar o documento de suporte com todos os detalhes no site oficial da Microsoft.
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