Parece que a tendência europeia de abandonar o software da Microsoft está a ganhar novos contornos. Depois da Dinamarca ter anunciado a sua transição para Linux e LibreOffice, e de uma iniciativa semelhante na Alemanha que visa migrar 30.000 computadores governamentais até 2027, é agora a vez da cidade francesa de Lyon seguir o mesmo caminho.
Um novo golpe para a Microsoft na Europa
A notícia, avançada pelo The Register, confirma que a administração local de Lyon decidiu abandonar o Windows, a popular suite de aplicações Microsoft Office e o Microsoft SQL. Em substituição, a cidade irá adotar alternativas de código aberto como o sistema operativo Linux, a suite de produtividade OnlyOffice e o sistema de gestão de bases de dados PostgreSQL.
A escolha de OnlyOffice, um software distribuído sob a licença GNU Affero General Public License, é particularmente interessante, uma vez que muitas outras entidades que fazem esta transição optam pela alternativa mais conhecida, o LibreOffice.
Adicionalmente, a cidade irá recorrer a uma plataforma designada "Territoire Numerique Ouvert" (Território Digital Aberto) para comunicações online e outras tarefas de automação de escritório. Este projeto recebeu um financiamento de 2 milhões de euros de uma agência francesa para ser otimizado e implementado em centros de dados. Segundo as informações, esta plataforma já está a ser utilizada por milhares de pessoas.
Esta mudança representa um momento decisivo. Lyon é a terceira maior cidade de França, servindo mais de um milhão de cidadãos através de 10.000 funcionários públicos. A migração de milhares de clientes empresariais para Linux e outras soluções de software livre e de código aberto (FOSS) é, certamente, mais uma má notícia para a Microsoft, que ainda estará a ressentir-se do recente anúncio da Dinamarca.
As razões por trás da mudança radical
Tal como no caso dinamarquês, a principal motivação de Lyon para esta transição é a redução da dependência de software proveniente dos Estados Unidos, numa clara aposta pela soberania digital.
Outro fator importante é o desejo de prolongar o ciclo de vida do seu hardware. Ao utilizar sistemas operativos e software menos exigentes, a cidade espera poder usar os seus computadores por mais tempo, reduzindo assim o impacto ambiental causado pelo lixo eletrónico.
Um caminho com desafios à vista
Resta agora saber se Lyon conseguirá manter-se fiel aos seus planos a longo prazo. É importante recordar o caso da cidade alemã de Munique, que em 2017 decidiu regressar ao Windows após ter passado uma década a utilizar Linux. Este precedente histórico serve como um lembrete de que estas migrações tecnológicas, embora ambiciosas, podem enfrentar desafios significativos na sua implementação e manutenção.
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