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Cerabyte painel de cerâmica

A era do armazenamento de dados em fita magnética pode estar com os dias contados. Uma nova tecnologia, desenvolvida pela empresa alemã Cerabyte, promete não só uma densidade de armazenamento massiva, como também uma durabilidade que se estende por séculos e custos mais baixos. Segundo as informações avançadas pelo site Blocks & Files, a empresa tem um plano ambicioso para transformar o mercado de armazenamento de dados de arquivo.

Uma revolução gravada a laser em vidro

A tecnologia da Cerabyte baseia-se num conceito que parece saído da ficção científica: utilizar lasers de femtossegundos para gravar "nanodots" (pontos em nanoescala) numa camada de cerâmica que está fundida com finas placas de vidro. Estas placas são depois inseridas em cartuchos, semelhantes aos utilizados nas bibliotecas de fitas magnéticas, e geridas por braços robóticos.

Este método permite uma durabilidade muito superior à das soluções atuais. Enquanto uma fita magnética tem uma vida útil de aproximadamente uma década, a Cerabyte afirma que o seu suporte de vidro e cerâmica pode preservar os dados por mais de um século.

O caminho para 2030: um roteiro ambicioso

O plano da empresa está bem definido. Entre 2025 e 2026, a Cerabyte pretende lançar um sistema piloto capaz de armazenar 1 petabyte (PB) por cada rack, com uma velocidade de transferência sustentada de 100 MB/s e um tempo de acesso aos dados de 90 segundos.

No entanto, o grande salto está previsto para o final da década. Até 2030, a empresa projeta ter racks com mais de 100 PB de capacidade, uma velocidade impressionante de 2 GB/s e um tempo de acesso ao primeiro byte inferior a 10 segundos. Esta evolução representa um aumento de duas ordens de magnitude na densidade e um corte de dez vezes na latência em comparação com o sistema piloto.

Mais barato, mais duradouro e mais ecológico

Além da performance e da longevidade, o custo é um dos grandes trunfos da Cerabyte. A empresa estima um preço de aproximadamente 1 dólar por terabyte, o que corresponde a cerca de metade do valor atual do armazenamento em fita magnética.

A sustentabilidade é outro pilar da tecnologia. Um estudo de mercado citado pela Cerabyte sugere que a substituição das fitas por arquivos de vidro-cerâmica poderia reduzir as emissões de carbono relacionadas com o armazenamento de dados de 2% do total global para cerca de 1,25%.

Concorrência e investidores de peso dão credibilidade

A Cerabyte não está sozinha nesta corrida. Enfrenta a concorrência de gigantes como a Microsoft, com o seu Project Silica, e outras tecnologias como os sistemas holográficos da Holomem e o armazenamento baseado em ADN.

Ainda assim, o projeto já atraiu investimento estratégico de nomes importantes da indústria, como a Pure Storage e a Western Digital, bem como da In-Q-Tel, uma empresa de capital de risco que apoia tecnologias para a comunidade de inteligência dos EUA. No total, a Cerabyte já angariou cerca de 14 milhões de dólares em rondas de financiamento e subvenções europeias, estando atualmente a preparar uma ronda de Série A para financiar a produção piloto.

O futuro do armazenamento de dados de longa duração pode muito bem ser escrito em vidro. Se a Cerabyte conseguir cumprir as suas metas de engenharia e passar dos protótipos de laboratório para hardware fiável e de fácil manutenção, poderá oferecer aos operadores de hiperescala uma alternativa de maior densidade e menor manutenção às tradicionais fitas magnéticas.




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