A Tesla está a utilizar a sua frota de Robotaxis, composta por veículos Model Y de 2026, para impulsionar uma melhoria radical no seu software de condução autónoma (FSD). Elon Musk promete um "salto qualitativo" na próxima grande versão do FSD, graças aos dados e experiência recolhidos com o serviço de transporte sem condutor que opera em Austin, no Texas.
Um software de condução autónoma diferente
Ainda que os cerca de doze Model Y utilizados como robotaxis possuam o hardware de fábrica, o software que os controla é uma versão paralela e mais avançada do que aquela disponível para o público geral. Esta versão, que a Tesla apelidou de FSD "não supervisionado", não requer a atenção ou intervenção do condutor, tendo sido classificada pelo departamento de transportes de Austin como um software de condução autónoma de Nível 4.
Para alcançar este marco regulatório, a Tesla opera os seus Robotaxis de uma forma muito mais controlada. À semelhança de concorrentes como a Waymo, a área de operação do serviço em Austin está geograficamente delimitada (geofenced). Este passo serve para validar se a perceção das rotas por parte dos veículos "não supervisionados" é comparável à dos restantes carros da marca que utilizam a versão pública do FSD.
A fusão dos dois mundos do FSD
Segundo Elon Musk, a Tesla prepara-se para fundir esta versão avançada do software dos robotaxis com a versão comercial que os restantes veículos utilizam, mas o processo será feito com extrema cautela. A empresa quer garantir que as melhorias desenvolvidas para o ambiente controlado de Austin não causam problemas ou regressões noutras áreas. "Precisamos de validar que as melhorias para Austin não causam regressões noutros locais", clarificou Musk numa publicação na rede social X.
Este cuidado explica a presença de uma vasta frota de veículos de validação da Tesla, equipados com estruturas de câmaras adicionais, a circular por Austin antes do lançamento do serviço Robotaxi. A fusão dos dois ramos do FSD está prevista para acontecer ainda este ano.
Apesar de a Tesla se orgulhar da sua abordagem de "apenas câmaras", que promete maior escalabilidade e liberdade espacial em comparação com soluções que usam LiDAR e geofencing, a empresa optou por delimitar a área em Austin por razões de segurança e regulamentação. O desafio agora é garantir que o comportamento dos robotaxis neste espaço seguro se traduz num desempenho igualmente fiável em estradas públicas, fora de uma área pré-mapeada.
Musk adiantou que a nova versão unificada do software terá um aumento de quatro vezes nos parâmetros e um "uso supereficiente da largura de banda da memória", otimizando o que é necessário para computar os algoritmos extra. Todos os olhos estão postos na próxima apresentação de resultados da Tesla, a 23 de julho, onde os planos de expansão da plataforma Robotaxi serão, certamente, um dos pontos centrais.
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