O cérebro por detrás da Jetflicks, um dos maiores serviços de streaming pirata com dezenas de milhares de subscritores, foi condenado a uma pena de sete anos de prisão. Kristopher Lee Dallmann, de 42 anos, foi condenado em junho de 2024 por conspiração para cometer violação de direitos de autor, juntamente com outros quatro cúmplices.
Um júri federal considerou Dallmann também culpado de lavagem de dinheiro e de violação criminal de direitos de autor tanto por distribuição como por exibição pública. A operação, que lesou a indústria em milhões, chegou agora a um desfecho judicial significativo.
Um império de pirataria com números de gigante
Durante o julgamento, as provas revelaram que a rede de pirataria utilizava software automatizado e scripts para varrer websites a nível global à procura de conteúdo pirateado. Este material era depois descarregado, processado e disponibilizado em servidores localizados nos Estados Unidos e no Canadá.
No seu auge, a Jetflicks oferecia um catálogo com mais de 183.000 episódios de séries e 10.500 filmes, todo ele pirateado de plataformas legítimas como a Netflix, Hulu, Vudu e Amazon Prime. O serviço, que operou durante 12 anos (de 2007 até ao seu encerramento pelo FBI em 2019), disponibilizava os episódios logo no dia seguinte à sua transmissão original e era compatível com uma vasta gama de dispositivos.
O golpe para os criadores e a resposta das autoridades
Segundo o Departamento de Justiça norte-americano, "Dallmann arrecadou milhões de dólares em lucros com a operação". O governo estimou que o valor da violação dos direitos de autor ascendeu, de forma conservadora, a 37,5 milhões de dólares (cerca de 35 milhões de euros). Este valor inclui o custo de retalho das obras pirateadas e das transmissões fornecidas aos subscritores.
"Este esquema gerou milhões de dólares em lucros criminosos e prejudicou milhares de empresas e indivíduos norte-americanos que detinham os direitos de autor destas obras, mas que nunca receberam um cêntimo de compensação da Jetflicks", afirmou o Procurador-Geral Adjunto Interino, Matthew R. Galeotti.
Jose A. Perez, Diretor Adjunto da Divisão de Investigação Criminal do FBI, acrescentou que, "ao construir e operar um dos maiores serviços de streaming não autorizados nos EUA, estes indivíduos não só roubaram os criadores de conteúdo e os serviços de streaming legítimos, como minaram a integridade da nossa economia e o Estado de direito".
Numa ação distinta mas que reflete a contínua luta contra a pirataria, a Alliance for Creativity and Entertainment (ACE) desmantelou em dezembro de 2024 a Markkystreams, uma das maiores redes de pirataria de desporto ao vivo do mundo, sediada no Vietname, que no último ano tinha recebido mais de 821 milhões de visitas.
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