A meta da União Europeia para abandonar os veículos a combustão em 2035 poderá ser significativamente acelerada para o setor empresarial. Bruxelas estará a preparar uma proposta para antecipar o fim da linha para os motores a gasolina e gasóleo nas frotas de empresas já em 2030, uma medida que está a gerar forte contestação, principalmente por parte da Alemanha.
Fim dos carros a combustão para empresas pode chegar em 2030
A notícia, avançada pelo jornal alemão Bild, indica que a proposta em estudo obrigaria as grandes frotas corporativas e as empresas de aluguer de automóveis, como a Sixt e a Europcar, a adquirir exclusivamente carros elétricos a partir do início da próxima década.
Considerando que as frotas empresariais representam atualmente cerca de 60% de todas as vendas de automóveis novos no continente europeu, esta medida, a ser implementada, representaria um passo de gigante na transição energética, mas também um enorme desafio para a indústria. A proposta deverá ser formalmente apresentada ainda durante este verão.
Alemanha critica e alerta para "destruição" da indústria automóvel
A reação da Alemanha não se fez esperar. O chanceler alemão, Friedrich Merz, criticou duramente a intenção de Bruxelas, afirmando que a proposta "passa completamente ao lado das necessidades conjuntas que existem atualmente na Europa". Em declarações citadas pela Reuters, Merz defendeu a indústria automóvel como um dos pilares económicos mais robustos do continente.
"Não podemos permitir que esta indústria automóvel seja destruída por uma aposta exclusiva numa tecnologia (elétricos) que pode não estar suficientemente preparada para o mercado até à data imposta", alertou o chanceler. O líder alemão acrescentou que a Europa deveria manter-se "tecnologicamente aberta", acusando Bruxelas de não ser "suficientemente aberta, nem suficientemente rápida ou eficiente".
Comissão Europeia pisa no travão: proposta ainda em análise
Apesar da agitação causada, a Comissão Europeia (CE) adota um tom mais cauteloso. Contactada pela imprensa alemã, a CE confirmou que existem trabalhos a decorrer para a definição de novas regulamentações, mas escusou-se a fornecer mais detalhes.
Posteriormente, em declarações à Bloomberg News, um porta-voz da Comissão esclareceu que a proposta ainda não foi formalmente adotada e que, para já, não foi tomada qualquer decisão política. O único passo concreto assumido é a realização de uma "avaliação de impacto", que será feita no âmbito do diálogo com os fabricantes do setor automóvel.
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