
Para muitos condutores, um mundo sem radares de velocidade soa a utopia. Nos Países Baixos, este cenário tornou-se uma realidade inesperada em algumas estradas, não por uma decisão política, mas como consequência de um ataque informático que visou o Ministério Público do país em julho e cujos efeitos ainda se fazem sentir. A fatura do incidente de segurança chegou de uma forma invulgar: um "apagão" em vários sistemas de controlo de velocidade.
O efeito dominó de um ciberataque
Segundo informações avançadas pela emissora local NOS, o problema teve origem num ataque ao Ministério Público neerlandês em meados de julho. Como medida de precaução para conter a ameaça e proteger os seus sistemas, a entidade decidiu desligar-se da internet, o que resultou num efeito dominó.
É importante sublinhar que os próprios radares não foram o alvo direto dos hackers. A sua inoperacionalidade foi uma consequência direta da desconexão dos sistemas centrais que os gerem. A falha afetou equipamentos fixos, móveis e de velocidade média em importantes estradas do tipo A e N, deixando os condutores temporariamente sem esta forma de fiscalização.
Regresso à normalidade avança a passo lento
De acordo com o jornal Leeuwarder Courant, o Gabinete Central de Processamento do Ministério Público já confirmou a situação, explicando que a incapacidade de controlar os sistemas na retaguarda levou à desativação das unidades afetadas.
A recuperação dos sistemas do Ministério Público está a ser feita de forma gradual e cautelosa. A entidade só recentemente recuperou o acesso aos emails e ainda regista atrasos significativos nos seus processos. Esta situação impede que todos os radares sejam reativados através dos procedimentos habituais, uma vez que outros sistemas essenciais continuam "fora do ar".
Larissa Taal, porta-voz do organismo, garantiu que não há motivo para alarme relativamente ao número de radares inoperacionais, embora tenha rejeitado precisar o número exato ou as províncias afetadas. A prioridade, sublinhou, é restaurar a normalidade e a segurança em todo o ecossistema digital do Ministério Público, o que inclui, naturalmente, o pleno funcionamento dos radares de velocidade.










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