
Apesar de os processadores AMD Ryzen serem reconhecidos pela sua performance e excelente relação desempenho/preço, até os mais potentes podem ceder sob pressão extrema. Foi o que descobriu Torbjörn Granlund, o autor da biblioteca de código aberto GMP, que oferece "aritmética sem limitações", ao ver dois dos seus CPUs topo de gama falharem nos últimos meses.
Segundo os relatórios, dois processadores Ryzen 9950X foram "fritados" durante testes intensivos. O primeiro cedeu em fevereiro e o segundo em agosto, levantando questões sobre a robustez do hardware quando levado ao limite absoluto de forma contínua.
Dois processadores vencidos pelo cansaço
De acordo com a publicação The Register, que cita informações do próprio Granlund no site oficial da biblioteca GMP, os processadores não falharam de forma súbita. Pelo contrário, a falha parece ter sido o resultado de uma degradação gradual após meses a funcionar com uma carga de trabalho máxima.
Em ambos os casos, o autor observou uma descoloração numa área de aproximadamente 25 mm² no lado dos pinos do CPU. Granlund admite que a configuração do hardware não era a ideal, mas sublinha que os testes decorriam numa sala com uma temperatura ambiente controlada de 20°C.
Uma instrução em loop poderá ser a culpada
A principal suspeita para a causa das falhas aponta para a instrução de computação intensiva MULX, que estaria a ser executada em loop constante durante os testes da biblioteca GMP. Este tipo de tarefa coloca um stress imenso e contínuo sobre o processador, algo que raramente acontece em cenários de utilização normais.

Curiosamente, Granlund refere que um AMD Ryzen 7750X, sujeito à mesma carga de trabalho e com uma configuração semelhante, tem funcionado de forma estável "há muito tempo", o que torna o caso dos dois 9950X ainda mais particular.
AMD já está a investigar o caso
Em resposta, a AMD confirmou que está a par da situação e já entrou em contacto com Torbjörn Granlund para obter mais informações e auxiliar no processo de investigação. A empresa está a levar o assunto a sério, embora este cenário de utilização extrema dificilmente se replique para o consumidor comum.
Esta abordagem difere de casos anteriores relacionados com o sobreaquecimento do socket AM5, onde a AMD apontou para especificações que não estavam a ser cumpridas pelos fabricantes. Para já, a empresa não indicou esta como uma possível causa. Para a maioria dos utilizadores, mesmo os mais exigentes, é improvável que venham a enfrentar um problema semelhante, mas o incidente serve como um fascinante caso de estudo sobre os limites do hardware moderno quando levado ao extremo.










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