O ano de 2025 já estabeleceu um novo e sombrio recorde no mundo da cibersegurança. Grupos de hackers associados à Coreia do Norte conseguiram roubar um valor estimado em 2 mil milhões de dólares em criptomoedas, o maior montante anual alguma vez registado. Este valor eleva o total confirmado de fundos desviados por estes agentes para mais de 6 mil milhões de dólares, verbas que, segundo as Nações Unidas e agências governamentais, são utilizadas para financiar o desenvolvimento de armas nucleares.
Os dados foram revelados pela empresa de análise blockchain Elliptic, que destaca a crescente dependência do regime norte-coreano em crimes cibernéticos para o seu financiamento.
Um recorde alarmante
O montante roubado em 2025 é quase o triplo do valor registado em 2024 e supera largamente o recorde anterior de 1,35 mil milhões de dólares, estabelecido em 2022. A maior fatia deste valor recorde provém de um único ataque massivo à Bybit em fevereiro, de onde foram extraídos 1,46 mil milhões de dólares.
Ao longo do ano, a Elliptic atribuiu um total de 30 roubos de criptoativos a hackers norte-coreanos, com base na análise da blockchain, padrões de lavagem de dinheiro e outras fontes de informação. Entre as vítimas confirmadas encontram-se plataformas como a LND.fi, WOO X, Seedify e a exchange taiwanesa BitoPro, de onde o grupo Lazarus roubou cerca de 11 milhões de dólares. Os especialistas da Elliptic alertam, no entanto, que os números reais podem ser ainda maiores, uma vez que muitos incidentes não são reportados publicamente.
Novas táticas e lavagem de dinheiro sofisticada
Uma das tendências identificadas em 2025 é uma mudança de estratégia por parte dos atacantes. Em vez de se focarem exclusivamente em explorar falhas técnicas em infraestruturas de finanças descentralizadas (DeFi), os hackers estão agora a visar diretamente indivíduos que detêm grandes quantidades de ativos digitais ou funcionários de exchanges através de ataques de engenharia social.
As estratégias de lavagem de dinheiro também evoluíram. Para ocultar a origem dos fundos roubados, os criminosos estão a recorrer a táticas de evasão mais complexas, que incluem múltiplas misturas e transferências entre diferentes blockchains, o uso de redes menos conhecidas, a compra de tokens de utilidade e a exploração de endereços de reembolso.
Apesar da crescente sofisticação destes métodos, a transparência inerente à tecnologia blockchain continua a ser uma ferramenta crucial para os investigadores, permitindo rastrear os fundos ilícitos e dificultar a sua movimentação, especialmente nos casos de roubos financeiros de grande visibilidade.
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