
Um vídeo impressionante de um Tesla a evitar por pouco um avião em queda tornou-se viral esta semana, com os fãs da marca a apressarem-se a creditar o sistema Full Self-Driving (FSD) pela manobra. No entanto, o próprio condutor do veículo já veio a público desmentir a alegação, afirmando que estava a conduzir manualmente e que o sistema de condução autónoma, na sua opinião, "teria batido em cheio no avião".
O vídeo viral e a alegação falsa
Na passada quinta-feira à tarde, um avião OA-1K Skyraider II do Comando de Operações Especiais da Força Aérea dos EUA despenhou-se em Oklahoma City pouco depois de descolar. Antes de cair num campo, a aeronave voou perigosamente perto de uma autoestrada, quase colidindo com vários veículos. O momento foi captado pela câmara de um Tesla e rapidamente se tornou viral.
Fãs da Tesla partilharam o vídeo, originalmente publicado no TikTok, nas redes sociais, alegando que o sistema FSD tinha evitado o desastre. A narrativa ganhou tal tração que até a mãe de Elon Musk partilhou a publicação com essa alegação.
A verdade veio do condutor: “Teria batido no avião”
Apesar da popularidade da história, o condutor e autor do vídeo original foi questionado na sua publicação sobre se o FSD estava ativo. A sua resposta foi inequívoca: "[Eu estava a conduzir] manualmente, o FSD é muito bom, mas teria batido em cheio naquele avião".
Conforme detalha o site Electrek, a desinformação foi partilhada por conhecidos influenciadores pró-Tesla e até pelo meio de propaganda russo RT. Apesar do desmentido do condutor, as publicações, que alcançaram milhões de visualizações, não foram corrigidas.
Um reflexo da guerra de narrativas sobre o Autopilot
Este episódio reflete um debate contínuo sobre a responsabilidade dos sistemas de assistência ao condutor da Tesla. Embora os fãs da marca se queixem de que os condutores culpam indevidamente o Autopilot e o FSD por acidentes, também existe a tendência contrária: atribuir falsamente manobras evasivas aos sistemas para provar a sua eficácia, algo que é difícil de comprovar.
A Tesla insiste que os condutores são sempre responsáveis, classificando os seus sistemas como de nível 2. No entanto, a empresa perdeu recentemente um processo judicial que a culpou parcialmente por um acidente fatal envolvendo o uso indevido do Autopilot e, desde então, tem chegado a acordo em vários processos semelhantes, assinalando uma possível mudança na perceção pública e legal sobre a responsabilidade da fabricante.











Nenhum comentário
Seja o primeiro!