
Muitos recordam-se do Vine, o fenómeno cultural dos vídeos em loop de seis segundos. A plataforma lançou as carreiras de figuras como Shawn Mendes e Logan Paul antes de ser descontinuada pelo Twitter em 2016 (e encerrada por completo um ano depois). Durante algum tempo, o site permaneceu como um arquivo estático, mas até isso foi eventualmente removido, deixando o seu legado espalhado por compilações no YouTube.
Para quem sente falta desse caos criativo, há boas notícias: a Divine, uma nova aplicação social apoiada pelo cofundador do Twitter, Jack Dorsey, chegou para preencher esse vazio.
A ressurreição do arquivo perdido
A grande novidade é que a Divine inclui uma cópia de segurança real do arquivo de vídeos do Vine, um tesouro digital que ocupa entre 40 a 50 GB. Este arquivo foi restaurado a partir de ficheiros guardados por arquivistas voluntários antes do serviço original desaparecer por completo.
O projeto foi liderado por Evan Henshaw-Plath, um antigo funcionário do Twitter que agora colabora com a organização sem fins lucrativos "and Other Stuff" de Dorsey. Henshaw-Plath passou meses a desenvolver scripts para reconstruir os vídeos, perfis de utilizador e até alguns comentários a partir dos ficheiros binários guardados pela Archive Team. O esforço permitiu recuperar entre 150.000 a 200.000 vídeos de cerca de 60.000 criadores.

Mais do que um museu digital
Mas a Divine não é apenas um museu. A aplicação permite criar uma conta e publicar os seus próprios clips de seis segundos, replicando a experiência original. A equipa incluiu também um Explorador de Hashtags e funcionalidade de Pesquisa.
Os criadores originais do Vine podem, aliás, reclamar as suas contas antigas, verificando a propriedade através das contas de redes sociais que tinham associado aos seus perfis originais.
Uma cápsula do tempo pré-IA
A equipa da Divine, conforme avança o TechCrunch, justifica o regresso do Vine com o desejo de preservar uma cultura criativa única de uma era da internet pré-IA.
A aplicação inclui o "ProofMode", que a equipa descreve como uma ferramenta para "ajudar a distinguir capturas reais da câmara de conteúdo gerado por IA". Esta função adiciona provas criptográficas aos vídeos, incluindo informações do hardware do dispositivo e assinaturas digitais, para confirmar a autenticidade de um vídeo.
Esta abordagem contrasta com as ideias de Elon Musk, que em janeiro afirmou estar a "analisar" o regresso da plataforma e, em julho, anunciou que estava a "trazer o Vine de volta, mas em forma de IA".
A Divine já está disponível para Android, iOS e na web. Para os mais curiosos, o código-fonte de toda a plataforma está disponível no GitHub.










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