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Nvidia em prisão

A corrida global pela supremacia na Inteligência Artificial continua a gerar episódios dignos de um filme de espionagem. Procuradores federais dos Estados Unidos acusaram formalmente quatro indivíduos de orquestrarem um esquema ilegal para exportar tecnologia de ponta, incluindo os cobiçados chips da Nvidia, para a China. Entre os acusados encontra-se o CEO de uma empresa de infraestruturas de IA sediada no Alabama, numa operação que tentou contornar as restrições comerciais impostas por Washington.

De acordo com documentos judiciais detetados pelo Court Watch, o grupo terá conspirado para enviar supercomputadores da HP equipados com GPUs da Nvidia, violando as sanções que impedem a venda dos processadores mais potentes para treino de IA a entidades chinesas. Este caso surge num momento em que empresas como a DeepSeek continuam a apresentar modelos competitivos, levantando suspeitas sobre como a China continua a ter acesso a hardware, teoricamente, proibido.

O esquema da "imobiliária" falsa

A acusação detalha uma operação sofisticada que começou no final de 2023. Para ocultar a natureza do negócio, os suspeitos terão utilizado uma empresa de fachada denominada "Janford Realtor, LLC". Apesar do nome sugerir atividades no setor imobiliário, a empresa nunca comprou ou vendeu uma única casa. Em vez disso, serviu como intermediária para a exportação não licenciada de tecnologia controlada para a República Popular da China.

Através deste esquema, o grupo terá conseguido enviar 50 unidades dos novos e poderosos GPUs H200 da Nvidia, bem como vários lotes do modelo anterior, o H100. Para ludibriar as autoridades e os fornecedores, os acusados recorreram a documentos de envio falsificados, contratos fictícios e pagamentos via transferência bancária provenientes de contas na China. Os crimes imputados incluem contrabando, conspiração e branqueamento de capitais.

Um CEO do Alabama no centro da conspiração

Entre os quatro acusados — Mathew Ho, Brian Curtis Raymond, Tony Li e Harry Chen — destaca-se a figura de Raymond. Residente em Huntsville, Alabama, é identificado nos documentos como o CEO e único proprietário da "U.S. Company 1", entidade que terá recebido quase 2 milhões de dólares da falsa imobiliária Janford Realtor.

O perfil de LinkedIn de Raymond identifica-o como CEO da Bitworks, descrita como uma empresa de infraestruturas de IA que fornece soluções Nvidia e AMD. Numa publicação separada, o mesmo indicava ter sido recentemente contratado como CTO de outra empresa de computação na nuvem, a Corvex. Até ao momento, apenas uma pessoa foi detida pelas autoridades, enquanto a investigação prossegue.

Em resposta ao caso, um porta-voz da Nvidia, John Rizzo, afirmou que o sistema de controlo de exportações da empresa é rigoroso. A gigante tecnológica sublinhou ainda que tentar construir centros de dados com produtos contrabandeados é uma estratégia condenada ao fracasso, tanto técnica como economicamente, uma vez que a marca não oferece suporte ou reparações para produtos restritos desviados para mercados sancionados.

Este incidente parece validar as suspeitas levantadas recentemente por Alexander Wang, CEO da Scale AI, que sugeriu que a China possui um stock de chips H100 muito superior ao que o público imagina, apesar dos bloqueios comerciais em vigor.




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