
Depois de ter colocado ordem na casa no segmento dos veículos elétricos, Pequim vira agora as suas atenções para outro componente vital da transição energética. O governo chinês anunciou que vai acelerar a implementação de medidas para travar a "concorrência irracional" nas indústrias de baterias de energia e de armazenamento, numa tentativa de estabilizar um mercado que cresceu a um ritmo vertiginoso.
A garantia foi dada hoje por Li Lecheng, Ministro da Indústria e Tecnologia da Informação (MIIT), durante um simpósio que reuniu empresários do setor. A China pretende reforçar a monitorização da capacidade produtiva, emitir alertas precoces e intensificar a regulação, com um foco particular na consistência da produção e na qualidade final dos produtos.
Regulação e proteção da propriedade intelectual
O encontro contou com representantes de 12 empresas da cadeia de fornecimento de baterias, onde foram debatidos temas como operações de produção, investigação e desenvolvimento (I&D) e a dinâmica do mercado. Li Lecheng sublinhou a necessidade de combater as violações de propriedade intelectual e de orientar as empresas para uma alocação de capacidade mais científica e racional.
O objetivo é promover um desenvolvimento industrial de alta qualidade, incentivando as empresas a expandirem-se para os mercados internacionais de forma ponderada, em vez de entrarem em guerras de preços destrutivas. O ministro instou os empresários a resistirem a práticas competitivas desleais e a colaborarem para manter um ambiente de mercado saudável e ordenado.
A montanha-russa do preço do lítio
O crescimento explosivo da indústria de veículos elétricos na China nos últimos anos impulsionou um aumento massivo na capacidade de produção de baterias. Este "boom" teve consequências diretas e drásticas nos custos das matérias-primas.
Em 2022, a procura desenfreada levou o preço do carbonato de lítio, um componente essencial, a atingir um pico histórico de quase 600.000 yuans (cerca de 78.600 euros) por tonelada em novembro desse ano. Desde então, a situação inverteu-se drasticamente, com os preços a caírem de forma constante, situando-se atualmente em torno dos 100.000 yuans (aproximadamente 13.100 euros) por tonelada. Esta volatilidade é um dos principais sintomas que o governo chinês pretende agora mitigar com as novas diretrizes, tal como reportado pela CnEVPost.










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