
Se estás a planear dar uma nova vida a um computador antigo ou simplesmente precisas de armazenamento acessível, as notícias que nos chegam não são animadoras. A gigante sul-coreana Samsung, líder indiscutível no setor de armazenamento, está supostamente a preparar-se para abandonar completamente o mercado de SSDs SATA. Esta decisão, a confirmar-se, poderá desencadear uma escassez de oferta e um aumento generalizado de preços durante os próximos 18 meses.
A informação foi avançada pelo conhecido canal de fugas de informação de hardware Moore's Law Is Dead, segundo relata a TweakTown. O plano passa por anunciar esta saída estratégica em janeiro de 2026, muito provavelmente durante a feira tecnológica CES, logo após a empresa cumprir os contratos de fornecimento existentes.
Uma tempestade perfeita no mercado de memória
O momento escolhido para esta alegada saída não poderia ser mais delicado, agravando uma crise no setor das memórias que já se faz sentir. Os preços da memória flash NAND subiram drasticamente nos últimos meses, com relatórios a indicarem aumentos superiores a 60% nos contratos apenas em novembro. A própria Samsung já aumentou os preços da memória DDR5 em até 60% desde setembro.
O impacto estende-se a todo o ecossistema de hardware. Grandes fabricantes de PCs, como a Dell e a Lenovo, já anunciaram aumentos de preços entre 15% a 20%, com efeitos práticos a partir de meados de dezembro.
O fim de uma era para o armazenamento "budget"?
Embora a tecnologia SATA seja considerada ultrapassada pelos padrões dos entusiastas, que hoje preferem as velocidades dos drives NVMe, esta interface continua a ser vital para o mercado de entrada e para atualizações de máquinas mais antigas. Segundo as fontes de distribuição e retalho citadas, as unidades SATA ainda representam cerca de 20% dos SSDs mais vendidos na Amazon, sendo que a Samsung detém uma fatia substancial destas vendas.
A situação é distinta do que aconteceu recentemente com a Micron. Enquanto a decisão da Micron de encerrar a sua marca de consumo Crucial foi vista por muitos analistas como algo simbólico — uma vez que a empresa continua a fornecer chips DRAM a terceiros —, a saída da Samsung removeria produtos acabados das prateleiras, criando um vácuo real na oferta.
Dave Eggleston, veterano da indústria de memória, previu que os SSDs NAND seriam "o próximo componente de PC a ver aumentos de preço". As previsões sugerem que esta pressão inflacionária só deverá aliviar em 2027, à medida que os fabricantes reorientam o seu foco para hardware impulsionado pela IA e para as necessidades de infraestruturas empresariais, deixando o consumidor comum com opções cada vez mais limitadas e dispendiosas.










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