Se utiliza aplicações no seu dispositivo móvel para controlar a saúde, alguns dos seus dados podem estar a ser partilhados com o Facebook sem permissão. Isto será ao que chega a conclusão de um estudo realizado pelo Wall Street Journal.
Segundo os dados recolhidos, várias aplicações de monitorização da saúde para iOS e Android encontram-se a partilhar os dados pessoais e de saúde dos utilizadores com o Facebook, entre os quais se encontram detalhes sobre o peso, tensão, ciclo menstrual e o estado de uma gravidez, entre outros.
Pelo menos 11 das aplicações mais populares para monitorização de dados relacionados com a saúde partilham os dados com a rede social. Entre os nomes encontram-se o Instant Heart Rate: HR Monitor e Flo Period & Ovulation Tracker, ambos disponíveis para iOS e Android.
Apesar de as políticas de privacidade da Apple impedirem a partilha destes conteúdos, o Facebook contorna a limitação ao adquirir diretamente os dados com as empresas, invés destes serem enviados diretamente pelas aplicações. Desta forma não existe uma violação das políticas da empresa, uma vez que a atividade não está a ser realizada diretamente pelas apps.
Mesmo que os utilizadores não estejam ligados nas suas contas do Facebook, a empresa consegue associar os vários dados pessoais a perfis da plataforma, através dos detalhes fornecidos pelos criadores das apps. Além disso, não existe uma forma clara de impedir que estes dados sejam partilhados com a rede social.
Esta recolha de informações é realizada através do uso da ferramenta de análise “App Events”, criada pelo Facebook e utilizada pelos programadores para monitorizarem atividades dos utilizadores dentro de uma app.
Tendo como exemplo a aplicação “Flo Period”, quando o utilizador coloca a data do seu ciclo menstrual na app, esta envia a informação para os servidores do Facebook em segundo plano, que compartilha igualmente outras informações associadas com o perfil e com o dispositivo utilizado.
O Wall Street Journal afirma ainda que os criadores das apps podem, posteriormente, utilizar estes dados para redirecionar os utilizadores para publicidade especifica e direcionada.
Em resposta ao WSJ, a Apple refere que analisa as suas aplicações para qualquer recolha de dados que seja realizada. A sua política exige que, quando esta recolha é realizada, os programadores das apps devem especificar o mesmo para os utilizadores e informar quais os dados que estão a ser recolhidos.
A mesma política aplica-se também na loja de aplicações da Google, onde os utilizadores devem ser informados sempre que uma app registe os seus dados e envie os mesmos para terceiras fontes.
Os criadores das apps citadas ainda não se pronunciaram relativamente a esta situação. No entanto, as políticas de privacidade de cada uma das apps apontam que é possível serem recolhidos dados das mesmas e enviados para terceiros, o que tecnicamente não viola a política de privacidade das lojas de aplicações, uma vez que os utilizadores estão a ser informados do ato.
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