Em fevereiro, o mercado dos smartphones começou a ver algumas mudanças para o que poderia ser o futuro dos dispositivos móveis, com a chegada dos primeiros dispositivos dobráveis ao mercado por parte da Samsung e da Huawei.
O Samsung Galaxy Fold e o Huawei Mate X foram dois dos primeiros modelos de grandes fabricantes revelados, e certamente que cativaram a atenção dos utilizadores. No entanto, o arranque destes dispositivos não parece estar a ser o melhor para ambas as empresas envolvidas.
No caso da Samsung, depois de vários problemas com as primeiras unidades distribuídas a personalidades reconhecidas no mercado, a empresa optou por adiar o lançamento do Galaxy Fold. Agora chega a vez dos problemas atingirem também a Huawei.
Com o recente bloqueio de negócios por parte de entidades nos EUA com a empresa, e as noticias que têm vindo a surgir sobre a suspensão de negócios da fabricante com a Google, Qualcomm e Intel, o Huawei Mate X possui agora um futuro algo incerto.
Deixando de lado o suporte da Google aos novos dispositivos da Huawei, o Mate X iria chegar ao mercado como sendo uma nova tecnologia, nos seus primeiros passos, mas sem acesso a algumas das funcionalidades que muitos utilizadores esperam obter – como é o caso dos populares serviços da Google e atualizações do sistema operativo.
Ou seja, será difícil para a Huawei convencer os utilizadores a adquirirem um dispositivo que custa quase 2600 dólares, sem garantias que o mesmo irá ser atualizado para futuras versões do sistema operativo, e que não terá – à partida – as aplicações da Google instaladas.
No entanto, isto não quer dizer que o Huawei Mate X está “enterrado” logo à partida. O lançamento oficial do mesmo encontra-se previsto apenas para meados de Junho, o que deixa ainda um espaço de tempo para que surjam mudanças no mercado.
É possível que a Huawei e a administração de Donald Trump cheguem a um acordo entre ambas as partes, ou venham a surgir novas revelações em todo o caso. Além disso, é possível que a empresa já tenha o licenciamento para os futuros dispositivos que venha a lançar, pelo que é possível que os mesmos continuem a receber atualizações e os serviços da Google de fábrica.
Mas mesmo neste caso, e se a restrição do governo dos EUA se mantiver, é possível que o dispositivo não venha a receber algumas das atualizações de segurança críticas para o Android no futuro, ou podem ser lançadas a um ritmo consideravelmente mais reduzido que as empresas rivais. O Android Q pode também estar fora da lista de planos para atualizações, onde mesmo que o dispositivo tenha sido licenciado, a atualização iria fazer com que os utilizadores perdessem acesso às funcionalidades base da Google novamente.
Será extremamente complicado para a Huawei atrair o público a comprar um dispositivo de 2000 ou mais dólares quando existem poucas garantias que irá ser atualizado no futuro... ou que venha com serviços que a grande maioria dos utilizadores pretendem de fábrica.
A medida, no entanto, não é nova para a Huawei. A empresa possui uma vasta linha de produtos vendidos na China, onde os serviços da Google não se encontram disponíveis e a são utilizadas lojas de apps de terceiros. No entanto, resta saber se os utilizadores terão interesse em adotar este sistema, tendo em conta a popularidade dos serviços da Google e da Play Store.
Nenhum comentário
Seja o primeiro!