O ransomware tem vindo a ser um tema cada vez mais presente nos dias de hoje, mas na realidade isto não é algo que se possa ser considerado “novo”. Na realidade, ransomware é algo que já existia até mesmo em 1989…
Que o diga Eddy Willems, um trabalhador de uma empresa na Bélgica, que foi uma das primeiras vítimas conhecidas do ransomware “AIDS”, em 1989. Este funcionário de uma empresa de seguros, segundo o portal VICE, estava a trabalhar normalmente no seu computador, quando o mesmo apresentou uma mensagem a requerer o pagamento de 189 dólares para o acesso aos ficheiros que estariam no mesmo.
Obviamente, o ransomware de 1989 era consideravelmente mais simples do que as variantes que existem hoje em dia, mas ainda assim era capaz de causar alguns transtornos. Eddy Willems afirma que o ransomware surgiu depois de colocar uma disquete infetada num dos seus sistemas, sendo que a mensagem indicava que os conteúdos do sistema tinham sido bloqueados e que 189 dólares deviam ser enviados para uma morada no Panamá, de forma a realizar-se o desbloqueio do mesmo.
Willems afirma que não terá realizado qualquer pagamento, já que os malwares da altura eram relativamente simples de resolver, e o mesmo foi rapidamente resolvido com uma troca de disquetes. Mas ainda assim, Willems não terá sido o único afetado pelo ransomware “AIDS”.
Acredita-se que existiam 20.000 disquetes em circulação, via correios (na altura não havia internet como nos dias de hoje) que estavam infetadas com o ransomware, e que certamente afetaram outros sistemas.
Quando as autoridades começaram a investigar o caso, conseguiram rastrear a origem das disquetes a um professor de Harvard, Joseph Popp, que estava também a trabalhar no ramo de desenvolvimento de uma cura para a SIDA (dai o nome do ransomware). Segundo o mesmo, o ransomware foi criado com o objetivo de obter doações para o desenvolvimento de uma cura para a SIDA, no entanto, até aos dias de hoje, desconhece-se se realmente alguém chegou a pagar o resgate – e Joseph Popp faleceu em meados de 2007.
Obviamente, nos dias de hoje um ransomware não pode ser considerado algo como uma “brincadeira”, já que possui realmente impacto no dia a dia de utilizadores e de empresas. De uma simples ideia que começou por ser distribuída numa disquete, o ransomware atual é capaz de realmente causar estragos, propagando-se para milhões de sistemas em questões de segundos pela Internet. Mas não deixa de ser curioso verificar a sua origem faz mais de 30 anos.
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