As autoridades dos EUA confirmaram ter apreendido os domínios associados com a plataforma de criptomoedas Garantex, associada a entidades russas, mas que era bastante usada para crimes de burlas e esquemas, além de facilitar a lavagem de dinheiro destes crimes.
A plataforma de criptomoedas Garantex enfrenta sérias dificuldades após a União Europeia (UE) e os Estados Unidos (EUA) aplicarem sanções. A recente 16ª ronda de sanções da UE contra a Rússia, que visa 542 indivíduos e entidades, levou a Tether a bloquear as carteiras digitais da Garantex.
"Temos más notícias. A Tether entrou na guerra contra o mercado criptográfico russo e bloqueou as nossas carteiras, num montante superior a 2,5 mil milhões de rublos," anunciou a equipa da Garantex num comunicado no Telegram. "Suspendemos temporariamente a prestação de todos os serviços, incluindo a movimentação de criptomoedas, enquanto a nossa equipa resolve este problema. Estamos a lutar e não vamos desistir! Alertamos para o facto de que todo o USDT em carteiras russas está agora em risco."
Além do bloqueio das carteiras, o Serviço Secreto dos EUA apreendeu o domínio, alterando os servidores de nomes para ns1.usssdomainseizure.com e ns2.usssdomainseizure.com.
A Garantex já tinha sido alvo de sanções pelo Gabinete de Controlo de Ativos Estrangeiros (OFAC) do Departamento do Tesouro dos EUA em abril de 2022. Na altura, mais de 100 milhões de dólares em transações da Garantex foram ligados a mercados da darknet e atores de cibercrime, incluindo o grupo de ransomware Conti e o mercado Hydra.
"A maioria das operações da Garantex são realizadas em Moscovo, incluindo na Torre da Federação, e em São Petersburgo, Rússia, onde outras bolsas de moeda virtual sancionadas também operaram," declarou o OFAC na altura.
Em fevereiro de 2022, a Garantex perdeu a sua licença para fornecer serviços de moeda virtual na Estónia, após a Unidade de Informação Financeira da Estónia identificar ligações entre a plataforma e carteiras utilizadas para atividades criminosas, bem como graves problemas de conformidade com as políticas de combate ao branqueamento de capitais e financiamento do terrorismo (AML/CFT).
"Apesar de ter perdido a sua licença estónia para fornecer serviços de moeda virtual após a investigação da Unidade de Informação Financeira da Estónia, a Garantex continua a fornecer serviços aos clientes através de meios pouco escrupulosos," acrescentou o OFAC.
Nos últimos dois anos, o OFAC sancionou também as bolsas de criptomoedas Cryptex e PM2BTC por lavagem de fundos para grupos de ransomware russos e outros grupos de cibercrime. Em março de 2024, foram sancionadas as bolsas Bitpapa, TOEP e Crypto Explorer. Adicionalmente, os serviços de mistura de criptomoedas Sinbad, Tornado Cash e Blender.io foram designados por lavagem de dinheiro para o grupo de hackers norte-coreano Lazarus.
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