Parece que a internet voltou a fazer das suas! O conhecido canal chinês de YouTube, Geekerwan, alega ter tido acesso antecipado à motherboard da muito aguardada Nintendo Switch 2. E com ela, surgem os primeiros pormenores concretos sobre as suas especificações e, mais importante, o seu potencial de desempenho.
Curiosamente, o youtuber refere que a placa-mãe foi adquirida por um amigo, Kurnal, por cerca de 120 euros, um valor que levanta questões sobre as margens de lucro da Nintendo, que certamente adquire os componentes a um custo significativamente inferior. Graças a esta "fuga", foi possível realizar uma análise exaustiva ao chip principal e restantes componentes, como a memória RAM, confirmando muitos dos rumores que circulavam.
O coração da consola: SoC Tegra T239 em detalhe
No centro de tudo está, ao que tudo indica, o system-on-a-chip (SoC) Tegra T239, um design da NVIDIA que remonta a 2021. Com uns impressionantes 207 mm², este chip é maior que o GA107 da GeForce RTX 3060 Ti (200 mm²) e supera consideravelmente em tamanho processadores mais potentes como o Apple M2 (155 mm²), Snapdragon X Elite (170 mm²) ou o AMD Ryzen 7 7840H (178 mm²).
A produção fica a cargo da Samsung Foundry, utilizando o seu processo de 8N, que, segundo informações anteriores, seria uma otimização de processos mais antigos, aproximando-se mais dos 10nm do que propriamente dos 8nm. Este fator poderá justificar as suas dimensões generosas.
A nível de CPU, encontramos oito núcleos Cortex-A78C (lançados em novembro de 2020). Já na GPU, a análise aponta para 1.536 CUDA Cores com uma arquitetura muito similar à Ada Lovelace (GeForce RTX 40 Series), embora a NVIDIA a designe como Ampere. Esta aparente contradição reforça os rumores de uma arquitetura híbrida, possivelmente para incorporar otimizações de Ray Tracing e upscaling da Ada Lovelace numa base Ampere, algo semelhante ao que a AMD fez com a PS5 Pro para trazer melhorias da arquitetura RDNA 4 para núcleos mais antigos.
Memória RAM: 12GB LPDDR5X para dar e vender?
A acompanhar o SoC, a placa revela dois módulos de memória RAM LPDDR5X da SK Hynix, cada um com 6GB, totalizando 12GB. Esta memória opera a 8.533 MT/s, o que se traduz numa largura de banda de até 102,4 GB/s no modo Dock (ligada à televisão) e 68,3 GB/s em modo portátil.
Desempenho em benchmarks: o que esperar da Switch 2?
A Geekerwan não se ficou pelas especificações e avançou com simulações de desempenho para o Tegra T239 na Nintendo Switch 2. Estas simulações consideram as diferenças entre o modo Dock e o modo portátil, onde a GPU opera a 755 MHz e 421 MHz, respetivamente, para além da já mencionada diferença na largura de banda da memória.
No popular benchmark 3DMark Time Spy, a Switch 2 em modo Dock apresenta um desempenho projetado de 2.284 pontos, ficando praticamente ao nível de uma NVIDIA GeForce GTX 1050 Ti de 2016 (2.320 pontos, uma diferença de apenas 1,6%). Em modo portátil, o cenário é menos animador, com apenas 1.340 pontos, o que a coloca cerca de 7% acima de uma GeForce GTX 750 Ti, lançada em fevereiro de 2014.
Noutro teste, o 3DMark Steel Nomad Light, a Switch 2 em modo portátil volta a superar a GTX 750 Ti, mas fica ligeiramente abaixo da Steam Deck (lançada em 2022) e apenas cerca de 7% acima da PlayStation 4 (1.308 pontos para a Switch 2 contra 1.219 da PS4). No modo Dock, com 2.205 pontos, a consola da Nintendo encosta-se novamente à GeForce GTX 1050 Ti (2.293 pontos), indicando um desempenho muito similar.
A magia do DLSS e o choque de realidade
Estes números representam o desempenho bruto estimado. É esperado que a Nintendo recorra massivamente à tecnologia de reescalonamento NVIDIA DLSS, combinada com resoluções nativas mais baixas, para apresentar uma imagem final apelativa nos ecrãs. As comparações anteriores que colocavam a Switch 2 perto de uma GeForce RTX 2050 parecem agora distantes. Recorde-se que, segundo informações, a consola alegadamente corre Cyberpunk 2077 a 534p, reescalonado para 1080p, com dificuldades em manter 30 FPS estáveis. A diferença entre 30 FPS e os 45 FPS que uma RTX 2050 poderia alcançar com DLSS em cenários semelhantes representa um défice de desempenho na ordem dos 50%.
No final de contas, o grande trunfo da Nintendo Switch 2 face a uma placa como a GTX 1050 Ti será, sem dúvida, o suporte nativo para DLSS, uma tecnologia que a placa gráfica de 2016 não possui (embora possa recorrer a alternativas como AMD FSR ou Lossless Scaling). Ainda assim, estes dados, a confirmarem-se, servem para moderar as expectativas quanto ao salto geracional de potência bruta da nova consola da Nintendo.
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