A Nintendo parece estar a intensificar a sua luta contra a pirataria e modificações não autorizadas nas suas consolas. A empresa atualizou recentemente o seu Acordo de Utilizador da Conta Nintendo, introduzindo linguagem que ameaça tornar os sistemas "permanentemente inutilizáveis" para quem violar as novas regras, nomeadamente através do uso de software não autorizado ou modificações de hardware.
A longa batalha da Nintendo contra a emulação não autorizada
Embora se saiba que a futura Switch 2 recorrerá à emulação para garantir a retrocompatibilidade com jogos anteriores, a Nintendo tem um historial bem conhecido de combate cerrado a emuladores não oficiais. Um exemplo sonante foi o encerramento da equipa por detrás do emulador Yuzu em 2024. Mais do que uma aversão específica a emuladores, a postura da Nintendo reflete uma forte oposição ao uso não autorizado dos seus produtos e propriedade intelectual. Agora, a gigante dos videojogos dá um passo mais firme contra quem modifica as suas consolas, corre emuladores ou se envolve em pirataria.
Novas regras, consequências mais severas
Conforme primeiramente reportado pelo Game File, a Nintendo tem estado a enviar emails aos seus utilizadores, notificando-os sobre alterações ao Acordo de Utilizador da Conta Nintendo. Para continuar a aceder a serviços online da Nintendo, como a eShop, o Nintendo Switch Online ou quaisquer jogos digitais adquiridos, os utilizadores são obrigados a aceitar este novo acordo.
O Game File indica que foram feitas um pouco mais de 100 edições ao documento. Apesar de a maioria parecer ser de natureza menor, uma secção em particular foi reformulada com termos bastante fortes, aparentemente para lidar com recentes desafios que a empresa tem enfrentado.
Antes desta atualização, a secção relevante proibia ações como: "Alugar, sublicenciar, publicar, copiar, modificar, adaptar, traduzir, fazer engenharia inversa, descompilar ou desmontar toda ou qualquer parte dos Serviços da Conta Nintendo sem o consentimento escrito da Nintendo, ou a menos que expressamente permitido pela lei aplicável."
A ameaça de "inutilização permanente"
A nova redação desta secção é consideravelmente mais explícita e severa, avisando que quem modificar ou piratear a sua consola ou jogos, correr emuladores ou praticar pirataria arrisca-se a ver a sua consola "inutilizável". O texto expandido detalha:
"Sem limitação, o utilizador concorda que não pode (a) publicar, copiar, modificar, fazer engenharia inversa, alugar, descompilar, desmontar, distribuir, oferecer para venda ou criar trabalhos derivados de qualquer parte dos Serviços da Conta Nintendo; (b) contornar, modificar, desencriptar, derrotar, adulterar ou de outra forma iludir qualquer uma das funções ou proteções dos Serviços da Conta Nintendo, incluindo através do uso de qualquer hardware ou software que faria com que os Serviços da Conta Nintendo operassem de forma diferente da sua documentação e uso pretendido; (c) obter, instalar ou usar quaisquer cópias não autorizadas dos Serviços da Conta Nintendo; ou (d) explorar os Serviços da Conta Nintendo de qualquer maneira que não seja para usá-los de acordo com a documentação aplicável e uso pretendido, em cada caso, sem o consentimento escrito ou autorização expressa da Nintendo, ou a menos que expressamente permitido pela lei aplicável. O utilizador reconhece que, se não cumprir as restrições anteriores, a Nintendo poderá tornar os Serviços da Conta Nintendo e/ou o dispositivo Nintendo aplicável permanentemente inutilizável, no todo ou em parte."
Variações e interpretações
Curiosamente, o Nintendo Life aponta que a formulação para os utilizadores no Reino Unido é ligeiramente diferente e aparenta ser menos drástica. Nessa versão, o documento foca-se nos "Produtos Digitais", afirmando que "tal uso não autorizado de um Produto Digital pode resultar no Produto Digital se tornar inutilizável."
A Nintendo não clarifica o que entende por "inutilizável no todo ou em parte", mas a interpretação mais provável aponta para a desativação do dispositivo (o chamado "bricking") ou, no mínimo, o corte do acesso aos serviços online.
Privacidade também em atualização
Em notícias relacionadas, a Nintendo também atualizou a sua política de privacidade. A nova política adiciona uma cláusula que permite à empresa monitorizar conversas online para "detetar violações", com o objetivo de manter um "ambiente online familiar". Esta medida visa reforçar a segurança e o bom comportamento nas suas plataformas online.
Nenhum comentário
Seja o primeiro!