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A Meta está sob fogo cerrado por, alegadamente, não fazer o suficiente para travar a crescente vaga de burlas que utilizam deepfakes de celebridades gerados por Inteligência Artificial. A mais recente crítica vem do seu próprio Conselho de Supervisão, que acusa a empresa de ser demasiado branda e de facilitar a vida aos burlões.

 

Numa decisão recente, o conselho afirmou que "a Meta está provavelmente a permitir uma quantidade significativa de conteúdo fraudulento nas suas plataformas para evitar uma fiscalização excessiva sobre um pequeno subconjunto de patrocínios genuínos de celebridades". A conclusão é demolidora: os moderadores de conteúdo em larga escala não têm autonomia para aplicar as regras contra perfis falsos que se fazem passar por figuras públicas para enganar os utilizadores.

 

O caso de Ronaldo Nazário que espoletou o alerta

 

O rastilho para esta controvérsia foi um anúncio de um jogo online ao estilo casino, chamado Plinko. A publicidade utilizava um vídeo manipulado por IA do antigo futebolista brasileiro Ronaldo Nazário. Apesar de apresentar sinais óbvios de falsificação e de ter sido denunciado como burla mais de 50 vezes, o anúncio não foi inicialmente removido pela Meta.

 

A empresa só agiu depois de o Conselho de Supervisão ter aceitado analisar o caso, mas a essa altura o vídeo já tinha acumulado mais de 600.000 visualizações. Segundo o conselho, este episódio expõe falhas fundamentais na abordagem da Meta à moderação de burlas denunciadas que envolvem figuras públicas. A gigante tecnológica terá admitido que só escala a verificação destes casos para confirmar se a pessoa retratada realmente endossou o produto, temendo inconsistências na interpretação do que constitui um "perfil falso" por parte dos seus revisores.

 

Um problema em escala: de Elon Musk ao próprio Zuckerberg

 

Este não é um caso isolado. O Conselho de Supervisão encontrou milhares de anúncios em vídeo a promover a aplicação Plinko na biblioteca de anúncios da Meta. Vários destes recorriam a deepfakes de IA, incluindo vídeos com o futebolista português Cristiano Ronaldo e até com o próprio CEO da Meta, Mark Zuckerberg.

 

A proliferação destas burlas é um problema cada vez maior para a empresa, à medida que a tecnologia de IA se torna mais barata e acessível. Recentemente, a atriz Jamie Lee Curtis criticou publicamente Mark Zuckerberg por não remover um anúncio falso no Facebook que usava a sua imagem. Noutros casos, dezenas de páginas promoveram anúncios com deepfakes de Elon Musk a vender suplementos que prometiam curar a diabetes. Embora a Meta tenha desativado algumas páginas após denúncias, esquemas semelhantes continuam a persistir na plataforma.

 

A resposta da Meta: negação e promessas futuras

 

Confrontada com as acusações, a Meta defende-se. Um porta-voz da empresa afirmou que "muitas das alegações do Conselho são simplesmente imprecisas" e destacou os esforços contínuos para combater esta atividade criminosa. "As burlas cresceram em escala e complexidade nos últimos anos, impulsionadas por redes criminosas transfronteiriças implacáveis", referiu o porta-voz.

 

A empresa garante estar a testar o uso de tecnologia de reconhecimento facial para combater estas burlas e a reforçar a aplicação das suas políticas. A Meta tem 60 dias para responder formalmente às recomendações do conselho.

 

A dimensão do problema é corroborada por outras fontes. Um artigo recente do The Wall Street Journal revelou que, entre 2023 e 2024, quase metade de todas as burlas reportadas no serviço Zelle pelo banco JPMorgan Chase tiveram origem nas plataformas da Meta. Reguladores britânicos e australianos encontraram níveis de fraude semelhantes, notando a relutância da empresa em banir anunciantes, mesmo aqueles com um histórico de práticas fraudulentas.




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