A OnePlus poderá estar na mira das autoridades norte-americanas, enfrentando um escrutínio semelhante ao que outras gigantes tecnológicas chinesas sofreram no passado. De acordo com a Reuters, dois legisladores dos Estados Unidos solicitaram formalmente que o Departamento de Comércio inicie uma investigação à fabricante de smartphones por questões de segurança de dados.
O pedido foi liderado pelo republicano John Moolenaar, que preside a uma comissão da Câmara dos Representantes focada em assuntos relacionados com a China, e pelo democrata Raja Krishnamoorthi. A principal preocupação dos políticos é a forma como a OnePlus gere os dados dos seus utilizadores.
A acusação: recolha e envio de dados sem consentimento
Segundo os legisladores, uma empresa de segurança, cuja identidade não foi revelada, foi contratada pelo comité para analisar os dispositivos da marca. As conclusões foram alarmantes: os equipamentos da OnePlus poderão ter a capacidade de recolher e transmitir dados dos utilizadores, incluindo informações confidenciais, para servidores localizados sob a jurisdição do governo chinês.
O relatório da empresa de segurança sugere ainda que esta recolha de dados ocorre sem que os utilizadores tenham conhecimento ou deem o seu consentimento explícito. O objetivo da investigação solicitada é, portanto, determinar com exatidão que tipo de informação está a ser recolhida pela OnePlus e se tal acontece à revelia dos seus clientes.
Gigantes como a Amazon continuam a vender os equipamentos
Até ao momento, nem a OnePlus nem o Departamento de Comércio dos Estados Unidos emitiram qualquer comunicado oficial sobre o assunto, apesar dos contactos feitos pela Reuters. Os legisladores salientam que a situação é particularmente relevante dado que os dispositivos da marca são comercializados em larga escala no país por grandes retalhistas como a Amazon e a Best Buy.
Um historial de tensão entre os EUA e a tecnologia chinesa
Caso as acusações se confirmem e a investigação avance, a OnePlus arrisca-se a ter um destino semelhante ao de outras empresas chinesas. Em novembro de 2022, a Comissão Federal de Comunicações (FCC) baniu a venda de equipamentos de telecomunicações de marcas como a Huawei e a ZTE, considerando que representavam um "risco inaceitável" para a segurança nacional dos EUA.
Este episódio representa mais um capítulo na prolongada tensão tecnológica e comercial entre os Estados Unidos e a China. A administração do presidente Donald Trump tem vindo a impor várias barreiras à comercialização de dispositivos de origem chinesa, nomeadamente através da sua polémica política de tarifas.
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