A outrora forte aliança entre o Presidente Donald Trump e o bilionário Elon Musk parece ter chegado a um novo e explosivo ponto de rutura. Numa escalada dramática do conflito, Trump afirmou a jornalistas na manhã de terça-feira que "teremos de dar uma vista de olhos" à possibilidade de deportar o magnata da tecnologia.
A tensão entre os dois intensificou-se devido a um vasto e controverso pacote de políticas internas que tem sido uma das bandeiras do presidente. Como se a ameaça de deportação não fosse suficiente, Trump sugeriu ainda visar Musk através do Departamento de Eficiência Governamental (DOGE), uma agência que o próprio dono da Tesla ajudou a criar e liderou.
"Talvez tenhamos de colocar o DOGE no encalço do Elon. Sabem o que é o DOGE? O DOGE é o monstro que talvez tenha de voltar e comer o Elon", declarou o presidente.
A polémica lei que incendiou a relação
No centro da discórdia está um gigantesco projeto de lei orçamental que, segundo Elon Musk, irá disparar o défice público. O bilionário tem sido um dos críticos mais vocais da proposta, mas a sua oposição poderá também ser motivada pela inclusão de uma medida que remove os créditos fiscais para veículos elétricos, um pilar de apoio para a sua empresa, a Tesla.
Depois de uma troca de acusações no início de junho, que levou Musk a apagar publicações que ligavam Trump a Jeffrey Epstein, parecia haver uma trégua. Contudo, a paz durou pouco. Na noite de segunda-feira, enquanto o Senado se debatia com a votação do projeto de lei, Musk regressou à carga nas redes sociais.
O empresário reiterou a ameaça de apoiar adversários políticos dos congressistas que aprovem a lei e publicou no X (antigo Twitter): "Se esta lei de despesa insana for aprovada, o Partido América será formado no dia seguinte".
O contra-ataque na Truth Social
A resposta do Presidente dos Estados Unidos não se fez esperar. Pouco depois da meia-noite, Donald Trump utilizou a sua própria rede social, a Truth Social, para lançar um ataque direto aos negócios de Musk, sugerindo que a DOGE poderia cortar os subsídios vitais para as suas empresas.
"O Elon talvez receba mais subsídios do que qualquer ser humano na história, de longe, e sem subsídios, o Elon provavelmente teria de fechar as portas e voltar para casa, na África do Sul", escreveu Trump. "Acabaram-se os lançamentos de foguetes, os satélites ou a produção de carros elétricos, e o nosso país pouparia uma FORTUNA. Talvez devêssemos fazer com que a DOGE desse uma boa e atenta olhada nisto? MUITO DINHEIRO A SER POUPADO!!!", concluiu o presidente.
Perante um vídeo que compilava as declarações do presidente, Elon Musk mostrou-se contido, mas deixou um aviso. Numa publicação no X, afirmou ser "Tão tentador escalar isto. Tão, tão tentador. Mas vou abster-me por agora". O confronto, que começou por ser uma divergência política, escalou para uma guerra pessoal com consequências imprevisíveis para o império tecnológico de Musk.
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