
O Supremo Tribunal da Coreia do Sul colocou um ponto final num dos casos mais mediáticos do mundo tecnológico, ao confirmar a absolvição de Jay Y. Lee, o presidente do conselho de administração da Samsung, de todas as acusações num longo processo por fraude e manipulação de ações. A decisão põe termo a anos de incerteza legal para o líder do gigante sul-coreano.
As acusações estavam relacionadas com a fusão de duas subsidiárias da Samsung em 2015, um negócio que, segundo os procuradores, teria sido orquestrado através da manipulação do valor das ações para consolidar o poder de Lee no seio do conglomerado.
Numa declaração à agência Reuters, os advogados da Samsung afirmaram que a decisão confirma que a fusão foi concluída de forma legal e expressaram a sua "sincera gratidão" ao Supremo Tribunal.
Um longo e controverso caminho judicial
Este processo de fraude era o último grande obstáculo legal para Jay Y. Lee, mas a sua batalha com a justiça é antiga. Em 2017, o líder da Samsung foi condenado a cinco anos de prisão por suborno a funcionários públicos, um caso também relacionado com a mesma fusão de 2015.
No entanto, o Supremo Tribunal anulou essa decisão e ordenou um novo julgamento. Nesse segundo julgamento, Lee foi condenado a uma pena de 30 meses, tendo cumprido 18 meses antes de ser colocado em liberdade condicional. Mais tarde, foi formalmente indultado pelo então presidente da Coreia do Sul, Yoon Suk Yeol — que, por sua vez, foi destituído do cargo este ano e recentemente detido por uma tentativa falhada de impor a lei marcial em 2024.
O que significa isto para o futuro da Samsung?
Embora a decisão do Supremo Tribunal já fosse amplamente esperada, analistas referem que esta vem eliminar "uma camada de incerteza legal" que pairava sobre a Samsung. A absolvição total permitirá que Jay Y. Lee concentre toda a sua atenção na gestão da empresa, que enfrenta desafios significativos.
No início deste mês, a Samsung projetou uma queda de 56% no lucro operacional para o segundo trimestre de 2025, em comparação com o mesmo período de 2024. Esta quebra acentuada deve-se, em grande parte, a vendas mais fracas dos seus chips de Inteligência Artificial, um mercado cada vez mais competitivo e crucial para o futuro da tecnologia. Com os problemas legais finalmente arrumados, o foco da Samsung vira-se agora para a inovação e a recuperação da sua performance financeira.










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