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centro de dados na cloud

A Europa enfrenta uma nova crise no setor tecnológico, mas desta vez não se trata de chips ou de regulação. A escassez de água está a emergir como uma das maiores preocupações para os operadores de datacenters, especialmente após um verão invulgarmente quente e seco que assolou o continente, acendendo o alerta sobre a sustentabilidade de uma indústria cada vez mais sedenta.

O consumo galopante na era da inteligência artificial

Enquanto a atenção se tem focado no consumo energético crescente dos centros de dados, impulsionado por infraestruturas de alta densidade para treino de modelos de Inteligência Artificial (IA), a disponibilidade de água para o seu arrefecimento é agora um motivo de grande inquietação, de acordo com a empresa de análise e consultoria GlobalData.

As alterações climáticas têm vindo a perturbar os padrões meteorológicos, tornando mais comuns os incêndios e as cheias repentinas, ao mesmo tempo que os solos secos absorvem menos água da chuva para os aquíferos. Robert Pritchard, analista principal da GlobalData, comenta que "as alterações climáticas também significam que a necessidade de água para arrefecer a base cada vez maior de datacenters irá provavelmente tornar-se um problema que precisa de ser resolvido".

Apesar dos esforços da indústria para encontrar alternativas, a água continua a desempenhar um papel fundamental no arrefecimento. Segundo dados da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE), as ferramentas de IA irão necessitar entre 4,2 e 6,6 mil milhões de metros cúbicos de água por ano até 2027. "Mais do que o consumo anual de um país como a Dinamarca, ou quase metade do Reino Unido", salienta Pritchard.

Investigações recentes indicam que uma instalação de média dimensão pode consumir cerca de 1,4 milhões de litros de água por dia, uma necessidade que deverá aumentar com a subida das temperaturas globais.

A indústria em alerta e sem soluções fáceis

O cenário já está a gerar preocupação entre os operadores. A Cloud Infrastructure Service Providers in Europe (CISPE), uma associação comercial do setor, alertou no início deste verão que exigências regulatórias excessivas por parte da Comissão Europeia, destinadas a reduzir o uso de água, poderiam levar os operadores a construir os seus enormes centros de dados noutras regiões.

Entretanto, gigantes como a Google tentaram recentemente minimizar o impacto hídrico das suas infraestruturas de IA, embora as suas alegações tenham sido recebidas com ceticismo e críticas, conforme noticiado pelo The Register.

A GlobalData sublinha que, embora a indústria tecnológica costume encontrar soluções para grandes desafios, a escassez de água é um problema político e social, e não apenas tecnológico. "Não existe um equivalente aos créditos de carbono para a água, por detrás dos quais se possam esconder", afirmou Pritchard, criticando estes esquemas como "táticas de ofuscação".

Mais importante ainda, ao contrário da energia, que pode contar com geradores de reserva em caso de falha da rede, não existe uma alternativa viável para a falta de água.




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