
Um investigador de segurança digital descobriu uma forma de manipular o Gemini da Google através de comandos invisíveis, mas a gigante tecnológica recusa-se a tratar o caso como uma vulnerabilidade, classificando-o antes como “engenharia social”.
Como funciona o ataque?
O método, revelado pelo investigador Viktor Markopoulos, é conhecido como ASCII smuggling. Consiste em esconder instruções maliciosas em texto que parece perfeitamente normal para o olho humano. Ao alterar o tamanho da fonte para zero ou usar outros truques de formatação, os comandos ficam ocultos para o utilizador, mas são lidos e executados pela inteligência artificial.
Qual o perigo real?
Markopoulos alerta que o perigo é considerável. Um atacante pode, por exemplo, induzir o Gemini a aceder a dados privados, como listas de contactos ou informações confidenciais, sem que o utilizador se aperceba. O risco é ainda maior com a integração do sistema no Google Workspace, que lhe dá acesso a um universo de dados pessoais e empresariais. Num dos testes, o investigador conseguiu que a IA recomendasse um site malicioso para a compra de um telemóvel.
Quem está vulnerável?
Curiosamente, nem todos os modelos de IA são vulneráveis. Nos seus testes, Markopoulos verificou que, além do Gemini, o DeepSeek e o Grok também podiam ser manipulados da mesma forma. No entanto, modelos como o Claude, ChatGPT e Copilot mostraram-se imunes ao ataque, o que sugere que existem medidas de proteção eficazes que poderiam ser implementadas.
A resposta da Google
Após ser informada do problema, a resposta da Google foi, no mínimo, desapontante para o investigador. A empresa afirmou que não considera o incidente uma falha de segurança, transferindo a responsabilidade para o utilizador, que deveria ser capaz de detetar este tipo de manipulação. Esta posição levanta sérias questões sobre a forma como a Google encara a segurança dos seus sistemas de IA, especialmente quando estão profundamente integrados em produtos que gerem os nossos dados mais sensíveis.











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