Se tem um aspirador robot da Neato, prepare-se para más notícias. A empresa vai desligar a sua plataforma na cloud, o que significa que a aplicação MyNeato deixará de funcionar e os aspiradores perderão todas as suas funcionalidades inteligentes. Os utilizadores já estão a ser notificados de que o suporte remoto será descontinuado em breve.
Na prática, esta decisão transforma um aspirador inteligente num aparelho puramente manual. Funções como o agendamento de limpezas, a definição de zonas a evitar ou o controlo remoto através do smartphone desaparecem por completo. A única forma de utilizar o equipamento será carregar manualmente no botão presente no próprio aspirador.
De "smart" a manual: uma promessa quebrada
A medida torna-se ainda mais frustrante para os clientes quando se recorda que a Vorwerk, empresa-mãe que adquiriu a Neato em 2017, tinha prometido manter o suporte dos servidores por cinco anos após o encerramento da marca, há dois anos. No entanto, a empresa decidiu antecipar o fim do serviço, quebrando a sua promessa.
Num comunicado na sua página de suporte, a empresa justifica a medida com a "evolução das normas de cibersegurança e de conformidade", afirmando que já não é sustentável ou seguro manter os sistemas antigos.
A ironia dos gadgets descartáveis
Este caso volta a acender o debate sobre a fragilidade dos dispositivos inteligentes que dependem de serviços na cloud. É irónico pensar que muitos de nós ainda poderíamos usar um aspirador com décadas, herdado de avós, mas os aparelhos "smart" que compramos hoje correm o risco de perder as suas principais funcionalidades em poucos anos, transformando-se em pesos de papel caros.
O episódio da Neato é um lembrete amargo de que, ao comprar um produto dependente da nuvem, estamos também a adquirir um serviço que pode ser descontinuado a qualquer momento. E os exemplos não se ficam pelos aspiradores, com casos de camas inteligentes que podem ficar encravadas se a ligação à internet falhar, deixando os seus donos numa posição, no mínimo, desconfortável.
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