
A aposta da Apple num smartphone ultrafino parece não estar a correr como esperado. De acordo com analistas e fontes da indústria, a fraca procura pelo iPhone Air terá forçado a empresa a reduzir drasticamente os seus planos de produção.
Produção em queda livre
Fontes da indústria revelam um cenário preocupante para o mais recente modelo da Apple. De acordo com o Nikkei Asia, as encomendas de produção para o iPhone Air foram cortadas a níveis próximos do "fim de produção". A Mizuho Securities, uma empresa japonesa de análise de mercado, também já reviu em baixa as suas previsões de vendas para o smartphone devido à fraca adesão dos consumidores, segundo o The Elec.
A perspetiva é partilhada pelo conceituado analista Ming-Chi Kuo, que numa publicação na rede social X, referiu que os fornecedores estão a reduzir a sua capacidade em até 80%, tendo já iniciado o processo de abrandamento da produção e fornecimento de componentes.
Curiosamente, este cenário contrasta com as notícias iniciais que surgiram após o lançamento. Pouco depois de uma visita de Tim Cook à China, o South China Morning Post noticiou que o iPhone Air tinha esgotado no país. Analistas da Counterpoint Research também indicaram que o modelo Air estava a vender mais do que o iPhone 16 Plus, o modelo que substituiu em 2025, embora alertassem que se manteria um produto de nicho, pelo menos numa fase inicial.
Um design impressionante com demasiados sacrifícios
O iPhone Air, com os seus 5,5 mm de espessura, obrigou os engenheiros da Apple a fazer sacrifícios significativos. O dispositivo conta com apenas uma câmara traseira e uma bateria de menor capacidade, o que levou a Apple a lançar uma bateria MagSafe externa dedicada.
Contudo, os compromissos não se ficam por aqui. O modelo base do iPhone 17, que custa centenas de euros a menos, oferece um conjunto de características mais equilibrado. Quando comparado com alternativas Android como o OnePlus 13, que ainda assim são mais económicos, as ausências no iPhone Air tornam-se difíceis de justificar perante um preço a rondar os mil euros.
A experiência de utilização parece refletir estes problemas. Apesar de ser um equipamento impressionante ao toque, com o potente processador A19 Pro no seu interior, o aquecimento é um problema notório. Em sessões de jogo mais longas ou durante a gravação de vídeo de alta resolução, o iPhone aquece e reduz o brilho do ecrã para compensar a subida da temperatura.
Outras limitações incluem uma porta USB-C mais lenta (USB 2.0), altifalantes com qualidade inferior e um feedback háptico que não está ao nível dos seus irmãos de gama. A câmara única, apesar do marketing da Apple, não consegue oferecer a versatilidade de uma lente ultra grande angular ou teleobjetiva dedicada. Para um utilizador casual, pode ser um smartphone suficiente, mas quem procura o melhor valor pelo seu investimento, provavelmente deverá procurar outras opções.










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