
A AMD tem um novo e complexo problema legal em mãos. A empresa de licenciamento de tecnologia Adeia Inc. avançou com dois processos judiciais contra a gigante dos processadores no Tribunal Distrital dos EUA para o Distrito Ocidental do Texas, alegando a violação de dez patentes relacionadas com tecnologia de semicondutores.
Em causa estão tecnologias que, segundo a Adeia, são fundamentais para produtos de sucesso da AMD, como os seus populares processadores com 3D V-Cache.
Quem é esta empresa que está a processar a AMD?
A Adeia Inc. é o que no setor se designa por "Entidade Não-Praticante" (NPE). Na prática, é uma empresa de licenciamento de propriedade intelectual (IP) que se foca em desenvolver e licenciar essa mesma propriedade, em vez de criar ou fabricar produtos finais. A empresa resultou de uma cisão da sua empresa-mãe, a Xperi Holdings (dona da TiVo), precisamente para separar os negócios de IP e de produtos.
Este modelo de negócio, focado em licenciar ideias, faz com que alguns na indústria chamem a estas empresas "patent trolls" (trolls de patentes). A Adeia alega que a sua propriedade intelectual "contribuiu muito para o sucesso [da AMD] como líder de mercado".
O centro da disputa judicial
A Adeia alega que a AMD infringiu um total de dez patentes. Sete delas cobrem especificamente a tecnologia de "hybrid bonding" (ligação híbrida) e três estão relacionadas com tecnologia avançada de nós de processo.
Num comunicado oficial, Paul E. Davis, CEO da Adeia, afirmou que a ação legal foi necessária "após esforços prolongados para alcançar uma resolução mutuamente aceitável sem litígio". A empresa procura agora uma "solução justa e razoável que reflita o valor da nossa propriedade intelectual."
Esta não é a primeira vez que a Adeia entra em conflito com gigantes tecnológicos. Em 2023, a empresa conseguiu "resolver um litígio" com a Nvidia, num acordo extrajudicial com "termos confidenciais". A empresa também já moveu ações contra o Twitter/X e outras grandes companhias.
Um dilema para a AMD: lutar ou pagar?
O processo visa diretamente produtos como os chips "3D V-Cache" da AMD, que utilizam silício ligado em 3D, uma tecnologia que a empresa tem vindo a produzir desde 2022. Curiosamente, o processo é dirigido exclusivamente à AMD, e não à TSMC, a fabricante que produz os chips em questão.
A Adeia pediu uma indemnização (valor não especificado) e uma ordem judicial para impedir a AMD de continuar a usar as suas tecnologias patenteadas.
A AMD tem agora duas opções: negociar um acordo fora dos tribunais (como a Nvidia fez) ou enfrentar uma longa batalha legal. Se optar pela segunda via, arrisca-se a anos de litígio e, no pior cenário, a ver os seus populares produtos 3D V-Cache — um diferenciador chave no mercado de processadores — retirados do mercado.











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